Os novos e cada vez mais escandalosos diálogos da Vaza Jato, publicados pelo The Intercept, mostram que Deltan Dallagnol não se dedicava apenas a fazer o infantil PowerPoint para tentar incriminar Lula, mas que também se dedicava a prosperar tanto quanto pastores evangélicos escorados em pessoas ludibriadas. Dessa vez, o procurador deixou claro em uma troca de mensagens, que um dos seus principais objetivos era lucrar com a Lava-Jato, fosse dando palestras ou fazendo aparições bizarras em festas de formatura, mostrando sua decadência e seu desespero em ser reconhecido como alguém honesto e contra a corrupção.
Mesmo a lei só permitindo que procuradores sejam sócios ou acionistas em empresas, Deltan discutiu com um colega a possibilidade de criarem uma empresa, mas sem aparecerem como donos. Nesse caso, eles usariam familiares como laranjas, uma prática bem corriqueira no governo Bolsonaro, que também adora usar a família em seus negócios escusos.
Não contente só com a ideia da empresa, Dallagnol ainda sugeriu que eles criassem um instituto sem fins lucrativos, a fim de pagar menos impostos e esconder a identidade dos proprietários, no caso ele e um colega. Ou seja, entubar impostos na classe trabalhadora, tudo bem, mas ele próprio queria fugir de algo que sua classe social adora empurrar em cima do povo.
A cada dia a farsa da Lava-Jato cai em completa desgraça. Até para os direitistas está difícil achar argumentos em defesa de um mecanismo criado unica e exclusivamente para inviabilizar a esquerda nas eleições, prendendo, sem nenhuma prova, Lula, que era o candidato em que o povo queria votar. Todo o percurso que a Lava-Jato percorreu até hoje foi à base de muita delação suspeita, sob condições completamente desconhecidas, e acusações forjadas num completo vazio de provas.
Em todas as mensagens publicadas pelo The Intercept, fica claro que tanto Dallagnol, quanto Moro, perseguiam Lula e a esquerda. Não à toa, Deltan não só comemorou a proibição da entrevista do Lula antes da eleição, como também escreveu em uma das mensagens “Aha uhu o Fachin é nosso”, mostrando um entusiamo exacerbado após uma conversa com o ministro Fachin, que aparentemente aceitou ficar ao lado das ilegalidades da operação.
O Brasil vem sendo motivo de chacota com tantas arbitrariedades e avalanches de podridão no poder judiciário, instituição burguesa que se alimenta de julgamentos parciais. Os golpistas se utilizam do discurso da luta contra a corrupção para tomar o País de assalto, assegurando sempre que eles próprios serão seus juízes caso algo dê errado. Indo na completa contramão dos interesses da classe trabalhadora, a burguesia não vai sossegar enquanto não extrair tudo que a classe trabalhadora pode proporcionar e dizimar a oposição, que não deve se intimidar e nem deixar de sair às ruas contra os golpistas.