Novos vazamentos da chamada “Vaza Jato”, do qual inclui as conversas entre o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, revelaram mais um pouco da extensão de crimes cometidos pela operação Lava Jato, contra o ex-presidente Lula.
Um ano de vazamentos
Em 2019, uma parte deste vazamento havia sido feita pelo jornalista Glen Greenwald, e o sítio na internet The Intercept. Na ocasião conversas a respeito da denúncia contra Lula no caso do triplex do Guarujá, haviam sido reveladas ao público, onde o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, trocavam informações sigilosas da operação, e montavam uma acusação completamente sem provas contra Lula, realizando descaradamente uma brutal perseguição política.
Na época, a defesa do ex-presidente denunciou que “A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades”, e o restante dos dados divulgados comprovaram pouco a pouco a completa ilegalidade dos processos feitos contra Lula.
Agora, com as novas revelações divulgadas após a quebra do sigilo das mensagens realizada pelo ministro Lewandowski, uma outra face da operação, tão criminosa quanto, fora revelada.
Moro e Dallagnol não só buscavam incriminar Lula criando um processo completamente fictício e sem provas, como também cooperavam abertamente com autoridades estrangeiras, sobretudo, do aparato de repressão imperialista norte-americano.
A operação não poderia ser mais farsesca. Lula chegou ainda a ser preso em 2018, mesmo tendo julgamento em trânsito, e fora condenado a 17 anos e 1 mês pela justiça golpista no caso do sitio de Atibaia.
O que pensa a Justiça?
Contudo, com a revelação de todos os crimes cometidos pela operação Lava Jato, o problema da defesa dos direitos políticos de Lula voltou à tona. A Lava Jato já havia cumprido o seu papel estabelecido pela burguesia: retirar Lula das eleições, e garantir a vitória do golpe.
Com este resultado, a operação fora abandonada pela burguesia, que já não via interesse algum na continuação da dita “luta contra a corrupção”. Com a operação entrando em total definhamento, a Lava Jato tornou-se totalmente desmoralizada e as novas provas de ilegalidades demonstradas, serviram para afundar ainda mais o que restava da operação.
Porém, ao contrário do que pensa a esquerda pequeno-burguesa, que em todo este período buscou se apoiar na confiança para com as instituições burguesas e a justiça golpista, a justiça não pretende de forma alguma defender os direitos democráticos de Lula.
Mesmo se desfarelando, e obrigando a burguesia a sacrificar figuras como Sérgio Moro, a justiça golpista defende de maneira intransigente os reais objetivos da operação: Moro, pode até mesmo ser condenado, contudo, Lula não receberá seus direitos políticos de volta.
A prova de toda esta situação, foi o caso da rejeição pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (2) contra um novo recursos de defesa apresentado pelos advogados de Lula, onde denunciava a farsa da operação Lava Jato, os crimes cometidos contra o ex-presidente, e pedia a devolução dos direitos democráticos. Contudo, mesmo com a revelação de novas mensagens que comprovam a ilegalidade de toda esta operação, a justiça não deu ouvidos a defesa de Lula e manteve sua pena criminosa.
Comprovando o total caráter criminoso da justiça, o ministro Félix Fischer se opôs à defesa de Lula considerando que as mensagens explicitamente criminosas “são dados que não passaram por perícia e nem pelo contraditório”. Ainda por cima pontuou que a tese apresentada de que Moro havia atuado com parcialidade no processo, algo totalmente comprovado pelas mensagens, era falsa e rejeitada pelo tribunal.
Lula precisa ser defendido nas ruas!
Lula, e sua defesa, já recorrem judicialmente contra estes crimes desde o início da operação. Muito se acreditou no passado, por parte da esquerda pequeno-burguesa, que Lula sequer iria ser preso graças as enormes irregularidades da operação. Porém, Lula apenas não foi preso como também impedido de concorrer as eleições presidenciais, onde era favorito a vitória.
Com o passar do tempo, a justiça burguesia revela-se cada vez mais ditatorial e sem intensão alguma de defender qualquer principio democrático. A perseguição política é aberta, e por meios meramente institucionais, Lula jamais terá sua pena desfeita, mesmo com a inexistência de provas após anos de operação.
Fica claro que para garantir os direitos democráticos de Lula é necessária uma ampla mobilização da classe trabalhadora. A esquerda, precisa abandonar a ideia de que será pelas instituições golpistas de que Lula será defendido, muito pelo contrário, por elas apenas novas condenações e brutais ataques virão.
Lula só pode ser defendido por quem de fato o defende, ou seja, pelos trabalhadores, pelo povo brasileiro. Apenas com uma mobilização de amplos setores os direitos políticos de Lula serão garantido, e sobretudo, com a defesa de sua candidatura em 2022, vista como resposta a todos os ataques promovidos pelo regime golpista contra o povo brasileiro, que a direita golpista poderá ser confrontada.
A defesa de Lula impulsiona naturalmente a mobilização, a revolta contra o golpe e a radicalização política da classe trabalhadora. Devido a estes fatores, que o mesmo é peça chave na luta política brasileira, mesmo com todos os seus direitos políticos restringidos.
A burguesia teme Lula, e sobretudo, o a mobilização popular. Por isso, busca a todo custo por meio da justiça golpista manter os processos criminosos contra sua pessoa, e impedir que o mesmo seja candidato em 2022.
A esquerda necessita lançar uma ampla campanha, pela anulação da operação golpista da Lava Jato, a devolução de todos os direitos democráticos de todos os presos políticos, e lutar por Lula candidato em 2022.