Estamos na nona parta do nosso dossiê sobre os lava-jatistas de esquerda em alto mar. Depois dos vazamentos divulgados pelo Intercept Brasil a esquerda pequeno-burguesa logo pulou do barco e fazer de conta que nunca apoiou a operação. O lava-jatista da vez é ninguém menos que Caetano Veloso.
O artista tem magoado muitos militantes que o viam como um representante da esquerda, pois desde antes do processo da prisão do ex-presidente vinha tecendo comentários à Lula dos mais direitistas, adjetivos do tipo “cafona”, “analfabeto” e “grosseiro”. Sua aproximação com a Globo tem gerados posicionamentos sempre a direita da situação política, claro que sempre camuflados com um ultramoralismo caracterizado como “ódio contra a corrupção”.
O artista foi um entusiasta da Lava Jato, sobre tudo no Rio. Sua esposa, Paula Lavigne, se mostrou ainda mais empolgada com a operação. Os dois receberam Deltan Dallgnol para jantar em casa. O jantar foi promovido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), amigo do casal, e incluiu diversos procuradores da Lava Jato no Rio.
O senador contou que “Não houve momento de discordância. Deltan ficou bem à vontade”. Procurador chegou depois da meia noite, quando todos partiram ficou até 3 da manhã conversando com os anfitriões da casa de maneira mais à vontade.
No dia seguinte, juntou-se a juízes e outros artistas, como Thiago Lacerda, ferrenho defensor da Lava Jato, outro que recentemente fez “autocrítica” em um ato em defesa de Marcelo Bretas, o Moro do Rio de Janeiro, que na época se desentendia com Gilmar Mendes.
Caetano escreveu um artigo no jornal da burguesia, O Globo, intitulado “Encontro cordial” no qual narra seu jantar com o procurador. No texto, fica explícita sua posição sobre a operação :
Minha posição em relação à Lava-Jato não mudou em essência. Pelo timing de minhas respostas às entrevistas citadas vê-se que não fui um opositor da força-tarefa como os que só viam nela uma perseguição ao PT.
Agora que o barco está afundando, Caetano e os outros pularam fora, ressaltam suas críticas vazias feitas puramente de fachada para dizer que sempre foram críticos à operação. Sua defesa de Lula continua tão verdadeira quanto a luta da Lava Jato contra a corrupção.