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Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (Parte 2): PSTU

A esquerda pequeno burguesa, em suas diferentes matizes, apoiou a farsa da Lava Jato e a suposta campanha de “combate a corrupção”. Em alguns casos extremos, inclusive, de maneira bastante entusiástica, como Luciana Genro (PSOL) e o PSTU.

Depois que vieram a público as mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo The Intercept Brasil – que comprovaram o que a defesa de Lula e os participantes da campanha pela Liberdade Lula sempre denunciaram, que a Lava Jato era tão somente um grotesco teatro judicial montado para prender o ex-presidente Lula – a esquerda pequeno burguesa, de maneira desesperada, procura cinicamente se desvencilhar do cadáver mal cheiroso da Lava Jato.

Desta forma, o PSTU, partido da esquerda pequeno burguesa que apoiou o golpe de Estado de 2016, que defendeu a prisão de Lula, que exaltou os agentes do judiciário golpista como uma reencarnação do Tenentismo da década de 1920 e criticou a tentativa de “abafar” a Lava Jato, procura apresentar-se como a encarnação da “luta contra a Lava jato”.

Demostrando uma alta dose de cinismo, mas também de alienação mental, o PSTU afirma que “sempre denunciou” os “perigos da seletividade “ da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro.

“A reportagem reafirma aquilo o que o PSTU sempre denunciou: a Lava Jato e Sérgio Moro não são imparciais, são seletivos e não merecem nenhuma confiança da classe trabalhadora.” https://www.pstu.org.br/moro-tem-bandido-de-estimacao-e-seletivo-e-fez-conluio-com-dallagnol/

Curiosamente, as posições  do PSTU em praticamente todas as ocasiões são quase sempre uma caricatura do stalinismo da década de 1930. Quando a política ultraesquerdista do chamado “Terceiro período” levou à vitória do nazismo na Alemanha, evidenciando que a política adotada por Stálin levou a uma derrota colossal da classe trabalhadora alemã, a direção da Terceira Internacional não se dobrou aos fatos, mas os distorceu defendendo que Stálin estava sempre “certo” , apresentando trechos selecionados de documentos antigos para “reafirmar o que Stálin sempre denunciou”.

A melhor maneira de escamotear os erros de análise e os resultados desastrosos da política de frente única com os golpistas é precisamente em apresentar a realidade de maneira distorcida, apresentando os fatos que precisamente evidenciam o fracasso de uma política como a comprovação dos “acertos”, como espécie de realização de uma  falsa “profecia”.

Como já salientado na matéria sobre Luciana Genro, esse procedimento de esconder as posições do passado é, não somente uma expressão da confusão política, mas a indicação de como a esquerda pequeno burguesa, que se auto intitula honesta e cheia de pudores políticos, é profundamente desonesta politicamente. Por isso, é necessário na polêmica com a esquerda pequeno burguesa, em particular com PSTU, citar o que o PSTU realmente disse sobre a Lava Jato, não somente para relembrar as posições interessadamente “esquecidas” mas para afirmar que não devemos nos deixar enganar por truques de vigaristas políticos que apoiaram a Lava Jato e o golpe. Como agora está pegando “mal”, uma vez que a campanha burguesa pela “luta contra a corrupção“ está completamente desmascarada, resolveram esconder a política golpista anterior.

A adesão do PSTU da campanha udenista contra a corrupção

Para dar o golpe de 2016, a burguesia brasileira, associada com o imperialismo, orquestrou uma campanha conspiratória que tinha como eixo fundamental a “luta contra a corrupção”. Um dos pontos fundamentais da engrenagem foi a montagem da operação Lava Jato, com especial relevo à atuação da “República de Curitiba”, através do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da Força Tarefa da Lava Jato. Assim como a Operação Mãos Limpas italiana, através de uma intensa campanha pela imprensa capitalista eram articulados processos judiciais fraudulentos com nítidos objetivos políticos. Ora, essa utilização da “luta contra a corrupção “ como um objetivo golpista não é uma novidade na política nacional, pelo contrário, é um dos instrumentos recorrentes da burguesia para derrubar governos de esquerda ou nacionalistas. A atuação da antiga UDN através das campanhas contra o “mar de lama” e “contra a corrupção” nos golpes de 1954 e 1964 são marcos históricos importantes.

Portanto, sempre foram um patrimônio da direita golpista no Brasil e no mundo, que serve para galvanizar setores mais atrasados da classe média. Na atual crise política, a operação Lava Jato e a campanha contra a corrupção representam tão somente uma fachada para mobilizar coxinhas (e bolsonaristas) a favor do golpe.

O PSTU aderiu de malas e bagagens na campanha da direita, e de maneira consciente procurou traficar para o interior da esquerda, felizmente sem sucesso, a pauta coxinha de combate à corrupção para atacar o PT.

“A prisão e o confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores é um desejo e uma reivindicação da maioria da classe operária e da classe trabalhadora. E com certeza é uma reivindicação progressiva.” https://www.pstu.org.br/a-lava-jato-e-teoria-da-conspiracao/

A campanha contra a corrupção não é e nem nunca foi e nunca será minimamente progressista. Mesmo agora depois do vazamento do real conteúdo da “campanha contra a corrupção” e do que é efetivamente a operação Lava Jato, (como o PSTU alega que sempre denunciou), os morenistas insistem com a defesa do fundamento da política da lava Jato.

“O PSTU, insistimos, defende a prisão de todos os políticos e empresários envolvidos em corrupção e o confisco dos seus bens.” https://www.pstu.org.br/moro-tem-bandido-de-estimacao-e-seletivo-e-fez-conluio-com-dallagnol/

O resultado prático da campanha udenista morenista de “ combate a corrupção” foi a destruição de empregos, o golpe de Estado e o bolsonarismo, o que indica que a “ pauta contra os corruptos e corruptores” representou uma política nitidamente regressiva, visando um profundo ataque aos trabalhadores. Essa adesão ideológica da esquerda pequeno burguesa a “ luta contra a corrupção”, apresentada pelo PSTU como “ algo progressista” é tão somente uma versão esquerdista do udenismo e do bolsonarismo.

O PSTU em defesa dos “ Tenentes” da Lava Jato e contra as “teorias da conspiração”

A divulgação pelo The Intercept Brasil das mensagens da Lava Jato é a comprovação cabal de que a Lava jato é uma conspiração política contra o PT, visando atingir prioritariamente o ex-presidente Lula. Pois bem, o PSTU agora afirma que “A reportagem reafirma aquilo o que o PSTU sempre denunciou”. Será mesmo?

Em matéria publica em maio de 2017, “atribuir interesses escusos e conspiratórios à Lava Jato não tinha base na realidade”. Inclusive, segundo o PSTU, a prisão de Eduardo Cunha “jogou por terra” a teoria conspiratória de que o imperialismo norte-americano estaria por detrás da Lava Jato. Seria tão somente uma “narrativa” interessada do PT e da Frente Popular. “Parte dessa narrativa dá conta de que a Lava Jato é um instrumento da burguesia e de setores do imperialismo para derrubar Dilma e atacar o Partido dos Trabalhadores.” https://www.pstu.org.br/o-depoimento-de-lula-a-sergio-moro/.

O PSTU apresenta a questão “O que é a Lava Jato”, indicando que “Se antes a teoria conspiratória que cerca a Lava Jato já não tinha base na realidade, a dinâmica que se seguiu jogou por terra qualquer argumento que pudesse dar base a esse tipo de coisa.” (idem)

Depois disso, nesta mesma matéria ficamos sabendo que a Lava Jato é algo muito além de uma política golpista, sendo a expressão “da imensa crise econômica, social e política que se abateu sobre o país” e que segundo “alguns autores”, que a matéria não nomeia, mas concorda, a Lava Jato “pode ser comparada ao movimento Tenentista”.

“Alguns autores a comparam com o Tenentismo, movimento que de alguma maneira refletia as classes médias descontentes na República Velha e que vieram depois a apoiar a posse de Getúlio Vargas na revolução de 30. De certa forma, procuradores do MPF etc., refletem a crise e escapam ao controle.” (idem)

Como se vê a defesa da Lava Jato pelo PSTU leva inclusive a alucinações históricas, chegando ao ponto de embelezar a Lava Jato como um movimento progressista, que inclusive sairia do controle das classes dominantes.

Diante do auge da Lava Jato, o PSTU negou que haveria qualquer conspiração e que deveria se prender todo mundo, inclusive Lula.

“Teorias da conspiração não explicam os acontecimentos de maneira estrutural e histórica, como parte de um processo que tem como pano de fundo a economia, a luta entre as classes e como resultado de múltiplas determinações. Pelo contrário, para a teoria da conspiração os acontecimentos são produtos de um complô, em geral clandestino.(..) Nesta pseudo explicação, o governo do PT é vítima de um complô do imperialismo.” https://www.pstu.org.br/a-lava-jato-e-teoria-da-conspiracao/

Como se vê para o PSTU não existem nem conspirações, nem golpes, nem complôs. Então é falso que “o PSTU sempre denunciou” o conluio e a farsa da Lava Jato, mas exatamente o contrário, o PSTU é parte da engrenagem da legitimidade da “campanha contra a corrupção” para favorecer os golpistas.

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