Latifundiários utilizaram fogo para atacar quilombolas no Maranhão. A intenção é que o fogo destrua por completo as estruturas dos quilombos além de reprimir os quilombolas e, forçar a saída, o abandono dos quilombos.
Nesse sentido, o fogo em fazenda de eucalipto e soja ameaça da comunidade quilombola no Maranhão é o exemplo do que o fascismo pode fazer no campo e, vem fazendo no Cerrado. O mais grave é que, apesar dos chamados da comunidade, o Corpo de Bombeiros demorou para chegar ao local; o incêndio se alastrou durante a tarde e os moradores tentaram, em mutirão, impedir que chegasse nas casas e nos roçados.
As autoridades, cinicamente, como secretário municipal tentou minimizar impacto. Ocorre que desde a madrugada desta terça-feira (01), um incêndio iniciado em uma fazenda historicamente ligada à empresa Suzano Papel e Celulose atingiu a área de reserva do Quilombo Cocalinho, no município de Parnarama, no Maranhão, já no bioma do Cerrado.
Desse modo, ao longo do dia, os moradores temiam que o fogo destruísse os roçados e chegasse às casas das duzentas famílias que vivem na comunidade. Os moradores alegam que não é a primeira vez que incêndios iniciados na fazenda Canabrava atingem o quilombo Cocalinho.
Os culpados diretamente são escondidos pelo próprio Estado. Assim, o incêndio, cujo responsável ainda não foi identificado, teve início na semana passada e, devido aos fortes ventos, se espalhou pela região.
Por outro lado, os próprios moradores que realizaram mutirões para impedir que o fogo se aproxime das casas e roçados, usando baldes de água, lençóis e terra, terão o trabalho de punir, eles mesmos, os responsáveis. Eles se revezaram em turnos de 25 pessoas, em uma tentativa de salvar os pelo menos cem roçados cultivados pela comunidade.
Um atraso proposital. Apenas na tarde de hoje os bombeiros acataram o pedido de ajuda da comunidade e enviaram um caminhão com oficiais ao local do incêndio. A viagem do Corpo de Bombeiros mais próximo até a comunidade leva ao menos duas horas.
A voz do Estado, como do secretário de Meio Ambiente de Parnarama, Jackson Feitosa Silva, informou um tanto decepcionado eis que o incêndio foi controlado antes de chegar ao território do quilombo, na área rural do município. Segundo ele, as chamas se alastraram por uma plantação de eucalipto na Fazenda Canabrava, mas foram debeladas por moradores do quilombo.
Os trabalhadores do campo e da cidade devem se unir e contar apenas com suas forças para pôr abaixo o verdadeiro mandante do crime, o governo de golpistas e militares.