Mais de 450 famílias camponesas do Movimento Sem-terra, que moram e trabalham no acampamento Quilombo Campo Grande no sul de Minas Gerais, estão ameaçadas de despejo pelos fazendeiros da região. Depois de mais de 20 anos de lutas, as famílias camponesas que moram no acampamento haviam organizado a infraestrutura do local, com luz elétrica, além da produção de uma série de alimentos, como, feijão, hortaliças, frutas, sementes orgânicas gado, galinhas, porcos, etc.
Logo após a eleição fraudulenta do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, e seus capachos estaduais, como Romeu Zema, do Partido Novo, eleito em Minas, os acampados receberam uma ordem de despejo, e estão ameaçados de terem suas casas e sua produção destruídas pela força policial e dos fazendeiros. É necessário organizar a luta dos camponeses contra o avanço da extrema-direita por meio da formação dos comitês de auto-defesa. É preciso resistir à violência dos latifundiários pelos meios que forem necessários. Abaixo a nota do Acampamento Quilombo Campo Grande:
Nós, famílias da regional do MST do Sul de MG, do Quilombo Campo Grande, queremos denunciar a ação fascista contra a nossa luta de 20 anos.
Aqui, as famílias, depois de tantos anos, já contam com infraestrutura de energia elétrica, casas de alvenaria e produzem uma grande diversidade de produção agroecológica, como café, muitas variedades de milho, feijão, hortaliças, frutas, sementes orgânicas gado, galinhas, porcos.
Essas famílias geram, com seu trabalho, soberania alimentar, não apenas para quem produz e vive na terra, mais para milhares de pessoas que passaram a ter acesso a um alimento saudável, sem veneno e de qualidade.
Os acampamentos também geram distribuição de renda. A terra, que era apenas de um dono, agora traz dignidade para quase 450 famílias, mais de 2.000 pessoas que estavam quase tendo seu sonho de ter a posse da terra realizado com um decreto estadual.
Mas agora, através de um conluio jurídico entre os grandes fazendeiros, deputados da bancada ruralista e empresas do agronegócio da região, estão organizando um processo de despejo para as famílias que moram e resistem ao longo desses 20 anos de luta.
Inaceitável a situação! Há dois meses atrás as famílias quase tinham sido assentadas e agora podem perder tudo o que construíram ao longo desses anos.
Esses é um dos conflitos agrários mais antigos do país. Pedimos apoio das organizações parceiras, amigos, apoiadores, para estarem presentes no dia da audiência dia 7 de novembro as 13h, no fórum de Campos Gerais.
Somos resistência!
A luta pela Adrianópolis é a Luta pela democracia!