Os indígenas que ocupam o território brasileiro há milênios, e lutam há 500 anos para tentar sobreviver à invasão predatória de países invasores, não têm seus direitos respeitados mesmo depois que ele é reconhecido pela Justiça.
Um exemplo é vivido pelos Pankararu, do sertão pernambucano. A primeira sesmaria de terra foi reconhecida a eles por Dom Pedro I, em 1877. A decisão não foi respeitada e posseiros começaram a tomar conta do território. Em 1940 o Estado Novo reconheceria a eles apenas a metade da sesmaria original. E até hoje, cerca de 7.500 indígenas que habitam e dependem deste território invadido precisam lutar por seus direitos.
As ameaças dos invasores nunca pararam, mesmo depois de serem indenizados pelo governo. Com Bolsonaro e sua carta branca ao latifúndio e à grilagem, os ataques disparam. De Outubro a Dezembro as comunidades passaram a sofrer com incêndios. Horas depois do resultado eleitoral, os invasores atearam fogo na escola municipal e no posto de saúde. Em dezembro o atentado foi à igreja e à escola estadual.
Como de costume, nada as forças policiais fizeram vistas grossas, se é que não estão elas mesmas envolvidas. E como se pode perceber, a Justiça é ineficiente, mesmo para fazer cumprir suas próprias determinações, quando se trata de proteger a parcela mais pobre e sofrida do povo.
Apenas o povo poderá defender a si mesmo. Os indígenas e demais povos do campo precisam organizar sua autodefesa contra o ataque dos grileiros, posseiros e latifundiários.