Na madrugada da quarta-feira (01), primeiro dia de 2020, latifundiários atearam fogo na casa de reza da comunidade indígena Laranjeira Nhanderu, da etnia Kaiowá, localizada no município de Brilhante/MS.
Membros da comunidade relatam que, ma noite do mesmo dia, pistoleiros armados invadiram as casas de algumas famílias, fizeram ameaças e agrediram indígenas. Os indígenas temem novos ataques e afirmam que nenhuma autoridade policial compareceu ao local.
O ataque demonstra claramente que há um conluio entre a polícia e os pistoleiros, que agem sob garantia de total impunidade. O Golpe de Estado e, particularmente o governo Jair Bolsonaro, têm promovido uma ofensiva contra os povos indígenas.
Desde a posse do governo Jair Bolsonaro, são cotidianos os ataques às aldeias indígenas por parte de pistoleiros dos latifundiários, a violação de suas terras já demarcadas, intimidações, ameaças e o assassinato de lideranças indígenas e quilombolas. É notável a sistemática omissão e a cumplicidade por parte das autoridades, que ignoram os apelos dos povos indígenas por proteção. O caso mais evidente disto foi quando Sérgio Moro, que ocupa o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, ignorou apelos de proteção dos indígenas Guajajara. Na sequência, diversos índios Guajajara foram assassinatos, um inclusive foi esquartejado.
Em muitas ocasiões, ao procederem aos ataques, os pistoleiros afirmam que agora é Jair Bolsonaro que está no poder, o que indica que há consciência da proteção conferida pelo governo às milícias de pistoleiros e assassinos de indígenas, quilombolas e sem-terra. Nenhum assassinato foi investigado pelas polícias e ninguém foi condenado.
Os povos indígenas e quilombolas devem organizar comitês de auto-defesa para resistir à ofensiva dos latifundiários e suas milícias de pistoleiros, amplamente protegidas e estimuladas pelo governo e a extrema-direita bolsonarista. Qualquer crença no Estado, controlado pela extrema-direita fascista, levará inevitavelmente à tomada de terras e mais assassinatos de indígenas e quilombolas.