Problema crônico dos índios brasileiro, a fome tem assolado as aldeias indígenas distantes das cidades.
Como exemplo do que acontece no resto do país, os índios da aldeia Paranoá estão com extrema dificuldade de se alimentar.
A aldeia localizada na serra do Roncador, no Mato Grosso, tem cerca de 80 índios, 20 crianças ou adolescentes e muitos idosos. A terra onde vivem não favorece a plantação e, além disso, não contam com qualquer espécie de apoio da FUNAI para melhorar ou achar meios de explorar qualquer recurso disponível.
E por isso dependem do alimento adquirido na cidade, e como a cidade mais próxima, Barra do Garças, fica a 112 km de distância, mais de 2 horas de viagem de carro, buscar os alimentos básicos é tarefa complicada.
A tarefa é árdua não só pela distância mas por diversos outros fatores. Não existe serviço de transporte. A FUNAI, responsável pelos Índios, tem 4 carros parados em sua sede na região, sem gasolina. E se gasolina tivesse, não teria quem dirigir, pois não existem funcionários.
A FUNAI disse aos indígenas que eles próprios providenciassem o transporte e que, se não pudessem ir buscar, que esperassem o dia em que houver dinheiro, funcionários e gasolina para que eles (FUNAI) possam levar o alimento às aldeias, ou seja, de forma diplomática informaram aos índios que morram de fome.
A cacique Heroína Rewanhiré, de 93 anos, irmã do Cacique Mário Juruna, ex-deputado federal, morto em 2002, decidiu ir à cidade pedir doações. Conseguiu algumas cestas, mas não tinha dinheiro para o transporte até a aldeia. Finalmente, depois de duas semanas, conseguiu o transporte.
Essas informações ilustram o total descaso com que os índios são tratados no país. A pandemia de COVID-19 serviu para trazer à tona problemas antigos, que foram acentuados ainda mais pelo descaso.
Se, nas terras onde existe interesse em roubar a posse, eles sofrem todo tipo de ameaça e violência para que saiam, onde não existe tal interesse são deixados para morrer de inanição.
Os índios só vão conseguir se livrar da fome e dos ataques da direita, representada nesse momento pelo governo fascista de Jair Bolsonaro, quando se unirem à luta geral pelos direitos democráticos de toda população, pois assim como eles a população trabalhadora e pobre vem sofrendo dos mesmos males.
O governo golpista de Jair Bolsonaro não irá atender às necessidades do povo pobre e tampouco do povo indígena, não porque não pode, mas porque não quer. É esta a política: exterminar os indesejáveis, assim como fez Hitler com vários segmentos da população alemã e de vários outros países.