A Latam Airlines, uma das maiores companhias áreas que atuam no Brasil, anunciou nesta última semana a demissão de 1.400 funcionários. Esse número representa pouco mais de 3% do seu quadro total de trabalhadores, isto é, de 43 mil funcionários, que já estavam com os salários cortados pela metade. O anúncio culpa a crise do coronavírus.
Contraditoriamente, as demissões vieram na mesma semana em que a Latam juntamente com as companhias Gol e Azul recorreram ao auxílio financeiro concedido por um grupo de bancos coordenados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS). As empresas terão acesso a um auxílio que irá variar entre R$4 e R$7 milhões.
Nesse mesmo sentido, a Azul colocou aproximadamente 80% do seu quadro de funcionários em licença não remunerada. Já a Gol e a Avianca colocaram 50% do seu quadro também em afastamento não remunerado, mesmo com o aporte financeiro concedido.
Essa situação vem se somar ao catastrófico quadro nacional em relação ao desemprego. Considerando-se os dados oficiais no Brasil divulgados pelo IBGE, no último trimestre de 2019, ou seja, antes da pandemia, já existiam mais de 12,6 milhões de trabalhadores sem emprego. Esse valor equivale a aproximadamente 12% da população economicamente ativa. Com a crise agravada nesse momento o País possui todos os elementos para uma hecatombe social.
A situação ainda tende a se aprofundar.
Cabe à esquerda, aos movimentos de luta dos trabalhadores, aos sindicatos, uma enérgica resposta contra esses ataques. Portanto, será necessária uma política independente da classe operária. Para combater o desemprego e a fome não é possível conciliações, mas exigir que os patrões paguem pela crise.