Na Floresta Nacional de Canela, no estado do Rio Grande do Sul, o povo indígena da tribo Kaigang iniciou uma nova retoma de terras na região que tradicionalmente pertence a seus ancestrais.
Desde alguns anos, o local é ponto de conflito entre os indígenas e as instituições governamentais. Nos últimos quinze anos famílias de Kaigang retomaram o local em mais de três ocasiões, defendendo seus direitos de ocuparem um ponto que sempre os pertenceu.
Hoje a floresta é um parque ambiental e propriedade do governo Federal. Contudo, anteriormente, mesmo com o projeto de entrega a iniciativa privada de vários parques e locais públicos de todo país, o parque de Canela havia sido preservado, até então.
Porém, no último dia 18 o parque parou na lista de patrimônios que serão entregues a iniciativa privada, e assim, os Kaigang se movimentaram para ocupar novamente o local, e impedir que um ponto tão presente em sua história, e seu por direito, fosse entregue nas mãos dos tubarões capitalistas.
Com a ocupação, ficou novamente evidente o descaso da FUNAI com a situação das famílias, pois a mesma organização deixou de realizar os estudos de reconhecimento da tradicionalidade do território, ignorando as antigas reivindicações dos Kaigang.
Sendo assim, novamente as famílias foram obrigadas a lutar por seus direitos, ocupando o local, o que levaria com que o IMCbio, que hoje controla o local, acionasse a justiça para retirar as famílias presentes no parque.
Os Kaigang questiam o plano de manejo do governo, que os inclui como usufruintes dos direitos democráticos da terra mas não os permitem morar em local algum. E, como o decorrer da situação, no dia 28 foi emitido um mandado de reintegração de posse, pressionando os Kaigang a sair do local até os primeiros dias de março.
A luta dos Kaigang pela terra vem se arrastando faz décadas, e a posição dos aparelhos do Estado já deixaram claro que não moveram um dedo para ajudá-los mas sim para ainda mais massacrá-los. Por isso, a luta desta e de todas as outras tribos indígenas devem ser impulsionadas pela esquerda, em um forte movimento contra o governo para a garantia de seus direitos.
Veja entrevista sobre o ocorrido abaixo: