Depois das declarações do mandatário norte americano Donald Trump, que recebendo o golpista Juan Guaidó na Casa Branca ameaçou “esmagar” a Venezuela, o governo bolivariano respondeu às ameaças da maneira mais acertada politicamente: convocando a juventude venezuelana a “aprender a manusear um fuzil para defender a pátria”, de modo a lutar verdadeiramente pelo país, de armas na mão. Com eficiência histórica comprovada ao longo do século 20, a política de armar o povo para lutar pela sua soberania revelou-se a mais segura forma de derrotar o terror e a submissão imposta pelo imperialismo contra o resto da humanidade, com exemplos tão memoráveis quanto a incrível derrota dos norte americanos para Cuba, um país insular, muito pobre, menor do que a maioria dos estados brasileiros e que até os anos finais da década de 1950, vivia a sina de se situar “tão longe de deus e tão perto dos Estados Unidos”. Muitos outros exemplos na história atestam que somente dessa forma, armando o povo, é que se pode enfrentar uma força tão poderosa quanto o conjunto das nações imperialistas.
O convite à resistência foi feito no último 12 de fevereiro, em meio a uma reunião entre Maduro e jovens da Venezuela, que foram então convidados a participarem dos exercícios militares que ocorrerão em Caracas e mais 4 cidades neste final de semana (dias 15 e 16 de fevereiro), com o objetivo de preparar o país para repelir ataques do governo norte americano e de seu protetorado na Colômbia, e que podem ainda contar com o exército brasileiro. Ao final da reunião, um juramento foi prestado onde ambos, governo e juventude, declararam “estar prontos para pegar em armas” em caso de agressão imperialista contra a soberania venezuelana. Sobram razões para crer que não se tratavam de meras palavras.
Se Maduro organiza a resistência venezuelana armando as amplas massas de seu país (ainda mais os jovens, um dos mais vanguardistas setores da rebeldia popular), é o tipo mais curioso de “ditador” que já existiu, o que não teme o povo, supostamente oprimido pelo governante, segundo a propaganda para tolos difundida pela imprensa burguesa. Seu governo dá também uma bela lição ao conjunto das forças populares latino americanas sobre como se enfrenta essa verdadeira desgraça para a nossa região (e a humanidade de conjunto) que é o imperialismo. O governo venezuelano demonstra estar muito atento à marcha da história nesse momento da política global, marcado por profundas rupturas trazidas pelo aprofundamento da crise histórica do capitalismo.
O Partido da Causa Operária, através de seus orgãos de imprensa, apoia de maneira incondicional a iniciativa da República Bolivariana da Venezuela, que obviamente, tem todo o direito de se defender. O partido saúda também a decisão da juventude venezuelana de lutar pela defesa do país que lhes pertence, e a mais ninguém. Os jovens tradicionalmente são um dos mais revolucionários segmentos em todas as sociedades, e ao aderir a essa luta de maneira tão decidida, os venezuelanos se mostram valorosos combatentes da guerra, de escala global, entre todos os povos oprimidos do planeta e o imperialismo, principal eixo de opressão mundial.
Todas as organizações de esquerda verdadeiramente dedicadas a superação da opressão na América Latina, tem o dever de apoiar a luta da Venezuela por sua soberania, e aqui não cabem vacilações. Quem não está do lado da auto determinação do povo venezuelano, seja por ação ou omissão, está do lado da agressão imperialista.