Em mais um ato de pura arbitrariedade, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná proibiu a reunião de estudantes para debater a importante questão da violência que tomou conta do país neste segundo turno das eleições presidenciais.
E a desculpa do TRE não poderia ser mais esdrúxula: evitar o uso de prédios públicos para propaganda eleitoral.
A não ser que o próprio TRE não saiba a diferença entre propaganda eleitoral e o livre debate de ideias, o que está acontecendo é mais uma prova de que a justiça eleitoral se encontra totalmente nas mãos golpistas, certamente militares, e que querem calar todas as organizações populares, custe o que custar.
Exatamente como na ditadura de 1964, um dos principais alvos da repressão golpista são os estudantes, que é tão temida pela burguesia justamente por sua capacidade de rápida mobilização e que costuma incendiar o movimento operário.
Se o meio universitário é por natureza um local de debate contínuo, a época das eleições é o momento onde obviamente um maior número de pessoas costuma se voltar para a política. Deste modo, nada mais natural que haja inúmeros debates políticos pelas universidades nesta época.
Mas o que estamos vendo é que, se o debate não for exatamente da política que os golpistas querem, ele vai ser proibido. Ou seja, o TRE está proibindo a política!
Lembrando com ironia os anos de chumbo, os estudantes lançaram uma nota de protesto onde há somente uma receita de bolo, da mesma forma como faziam órgãos da imprensa quando eram censurados pelos militares.
Mas isto não basta!
O movimento estudantil, universitário e secundarista, não pode se deixar calar desta maneira. Esta agressão à liberdade de expressão deve ser rebatida imediatamente, através de uma ampla mobilização dos estudantes e protestos por todas as universidades do país, e principalmente na universidade do Paraná, onde o debate deve ser mantido, pois decisão ilegal e inconstitucional não deve ser cumprida por ninguém.
Não se pode baixar a cabeça para o fascismo que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. E é só no enfrentamento direto, com povo na rua, que se vence o fascismo.