A cada dia que passa intensifica-se a política de perseguição e repressão da população pobre no país pelo governo de extrema-direita e golpista de Jair Bolsonaro. No final da última semana, mais um ataque criminoso contra os povos indígenas.
Na sexta-feira, dia 8, o Tribunal Regional da Terceira Região concedeu liminar favorável a duas ruralistas do Mato Grosso Sul em relação à reintegração de posse contra um grupo de índios da etnia Terena, os quais haviam retomado a área em 2013, localizada próxima do município de Aquidauana no estado do Mato Grosso do Sul.
Ocorre que as duas ruralistas que tiveram suas exigências atendidas pelo judiciário golpista são parentes, primas, da atual ministra golpista da Agricultura, Tereza Cristina do DEM/MS. As ruralistas são proprietárias da Fazenda Esperança, o Estado já reconheceu, em 2016, que as terras pertencem aos índios, na realidade os intrusos são as próprias fazendeiras.
No entanto, após o golpe de Estado e as eleições fraudadas do último ano, o judiciário passou a ser um mecanismo de defesa dos interesses dos poderosos, por mais absurdos e fora de qualquer legislação que estes possam estar, a justiça deu ganho de causa às fazendeiras contra os índios. Nos próximos dias os indígenas poderão ser expulsos por meio da força de uma terra que já foi reconhecida com a eles pertencente.
Os índios temem que a reintegração de posse na área termine igual ou pior a um caso de 2013, na região próxima ao município de Dois Irmãos do Buriti, também no Mato Grosso do Sul. Na ocasião, a brutalidade policial contra os índios levou a morte de uma liderança indígena, Oziel Terena. Dada a situação do país e o avança cada vez maior dos grupos fascistas a tendência é que uma reintegração de posse na área assuma um caráter muito mais violento do que o caso ocorrido há seis anos atrás.
Nesse sentido é urgente a organização das comunidades indígenas, também as quilombolas e sem-terras em comitês de autodefesa. É preciso impor um resistência efetiva ao verdadeiro estado ditatorial que se impõe contra toda a população no país. É necessário colocar em pauta também a ocupação de todos os latifúndios e a expropriação dos latifundiários.