Sob o pretexto de vazamento de informações sobre a vida pessoal do presidente Lenin Moreno, o governo equatoriano entregou na manhã dessa quinta-feira, 11 de abril, para a polícia britânica, o ativista político e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, exilado na Embaixada equatoriana em Londres, desde 2012.
A atitude criminosa de Lenin Moreno não é uma novidade. Desde março passado o WikiLeaks já havia denunciado as tratativas do presidente golpista equatoriano em entregar Assange em troca do “perdão parcial da dívida do país com os Estados Unidos”, o principal interessado na extradição do ativista acusado de invadir as redes confidenciais do governo norte-americano e publicar informações sobre as atividades militares e “diplomáticas” em todo os continentes.
Desde 2010 o WikiLeaks vem desmascarando sistematicamente vários aspectos da política do imperialismo no mundo: como o assassinato de civis no Iraque e no Afeganistão, o apoio a golpes de estado, as tramoias contra empresas de países atrasados. Em apenas uma das ações, divulgou mais de 250 mil telegramas diplomáticos confidenciais norte-americanos, pondo a nu a interferência dos EUA em praticamente todos os países do mundo.
Esse é o motivo da prisão de Assange: esmagar todos que representam uma ameaça à dominação do imperialismo. Não é à toa que os governos norte-americano e inglês, passaram por cima da própria ONU – um organismo de controle nas mãos do próprio imperialismo -, que em janeiro de 2016, através do seu Comitê de Direitos Humanos havia condenado a Grã-Bretanha e a Suécia pela prisão ilegal de Assange em 2010, exigindo o cancelamento da sua condenação e a permissão ao direito de ir e vir.
Foi justamente o processo farsa montado pelos governos da Inglaterra e Suécia sobre um suposto estupro cometido por Assarge, em 2010, que ensejou o seu pedido de asilo à Embaixada do Equador, então governada pelo nacionalista Rafael Correa, logo depois da acusação.
Assange é um perseguido político do imperialismo. Na cruzada da “democracia” contra ele, até acusações de estupros já foram feitas. Seu caso faz lembrar a de um outro perseguido e preso político da “democracia”, o e-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula e Assange são perseguidos pelo imperialismo porque são obstáculos à implantação a ferro e fogo da política de aniquilação das nações atrasadas na busca por um folêgo para o capitalismo, nessa etapa de profunda decrepitude desse sistema.