Da redação – Em partida válida pela Bundesliga, a liga alemã, no dia 29 de fevereiro, o Bayern de Munique venceu o Hoffenheim pelo placar elástico de 6×0, com direito a grande atuação do brasileiro Philipe Coutinho, autor de dois gols. No entanto, a partida não foi marcada apenas por esses fatos, mas também em razão da torcida bávara ter exposto faixas contra o, praticamente, dono do Hoffenheim, o que foi motivo de interrupção da partida e censura por parte do árbitro e dos próprios dirigentes do Bayern.
Dietmar Hopp, um dos homens mais ricos da Alemanha, atuante especialmente no ramo de software é quase dono do Hoffenheim. Afinal Hopp tem mais de 50% das ações do clube, o que na prática o torna dono do mesmo. Em razão disso, muitos torcedores alemães enxergam com maus olhos essa relação de propriedade de um magnata sobre um clube. A torcida de um dos maiores rivais do Bayern de Munique, o Borussia Dortmund, recentemente também foi censurada em razão de ter estendido uma faixa contra Hopp e foi punida com a proibição de entrar no estádio nas duas próximas partidas que vier a ter contra o Hoffenheim no estádio do adversário.
Esse episódio converge com o posicionamento deste diário a respeito da dominação que os capitalistas imprimem sobre o futebol, ou seja, uma simples manifestação contra o dono do clube adversário é alvo de censura. Evidentemente que a prioridade é defender a classe dominante e para isso usa-se qualquer fato como pretexto moral para iniciar esse processo de censura.
A longo prazo, os capitalistas precisarão tornar as arquibancadas dos estádios de futebol em verdadeiras plateias de cinema, onde ninguém grita, ninguém estende faixas, etc. Afinal conforme eles avançam seu domínio sobre o futebol a tendência é de que as massas reajam e consequentemente só lhes resta censurar e reprimir. Só permitem a entrada nos estádios enquanto isso der dinheiro. Quando não precisarem mais desse dinheiro, deixarão as arquibancadas vazias.