O PSOL declarou que irá entrar como uma ação na Justiça pedindo a inelegibilidade do governador tucano do Paraná, Beto Richa. Richa foi condenado em segunda instância esta semana pela Justiça do Paraná em uma acusação de ter utilizado dinheiro público para cobrir as despesas do governador e de sua esposa durante uma estadia em Paris, em 2015. Para embasar o pedido de inelegibilidade, o PSOL utiliza-se da lei da ficha limpa, a mesma que esta sendo utilizada contra o ex-presidente Lula.
É preciso deixar claro, primeiramente, que a lei da ficha limpa, aprovada durante o governo do PT, foi consequência da pressão da direita sobre o partido, que na época estava no governo. Ao contrario do que prega, a lei não visa combater a corrupção e sim ser um instrumento de perseguição contra a esquerda, como está ocorrendo com Lula.
Em segundo lugar, o pedido do PSOL de pedir a inelegibilidade de Beto Richa, apenas reforça o controle da direita, do judiciário golpista sobre as eleições. Em uma situação política de golpe de Estado, onde se instaura um verdadeiro estado de exceção no País, no qual a justiça passa por cima da Constituição, condena sem provas, diz quem pode e quem não pode participar da política, qualquer iniciativa que reforce essa política, ainda mais vindo de um partido de esquerda, apenas contribui para que a direita tenha mais forca para aplicar a sua política golpista.
Vale ressaltar ainda que leis, como a da ficha limpa, não foram feitas para punir a direita, como acredita o PSOL, quando isso raramente ocorre e porque expressa um conflito entre os próprios setores golpistas da direita. Leis como essa são feitas para perseguir a esquerda, suas lideranças, partidos, candidatos e organizações. Nesse sentido, utilizar-se desse expediente apenas fortalece a política golpista.
No entanto, devido ao seu caráter de classe, partidos como o PSOL, com base na classe media, servem muito bem aos interesses da direita e acabam dando voz a suas campanhas direitistas, haja vista o apoio desse partido a Lava Jato e ao próprio golpe de estado, como fizeram setores do PSOL.