As eleições, como todo o regime político do País, estão sob a égide da ditadura do mais anti-democráticos dos poderes nada democráticos da República: o judiciário. Integrado por elementos que não tiveram uma só voto do povo brasileiro e que – embora dividido – se encontra claramente dominado pelos setores da direita golpista que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, para impôr ao País um regime que atende aos interesses dos “donos do golpe”, o imperialismo norte-americano e seus consorciados no grande capital “nacional”.
Para impor essa ditadura, cujo comando é partilhado com os chefes militares, defensores do golpe militar que tomaram assento em alguns dos principais postos do governo golpista de Temer (como os ministérios da Defesa, da Segurança Institucional, das Forças Armadas, a direção da Policia Federal etc.), os chefes do judiciário, supostamente, “guardiões” da Constituição Federal, não titubearam em “pisotear” a Lei para perseguir, condenar, manter como preso político há quase quatro meses e cassar ilegalmente a candidatura da maior liderança popular do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afrontando seus direitos democráticos e de todo o povo brasileiro.
Diante da capitulação da maioria da esquerda, principalmente da direção do PT, que teria condições de liderar a reação à esta aberta fraude das eleições e que marca uma nova etapa do golpe de estado, ficou relativamente fácil para a direita, tendo à frente os “homens da Lei”, transformar as atuais eleições nas mais fraudulentas das últimas décadas.
Nas farsa das eleições 2018, é o judiciário quem decide – por cima da Lei – quem pode ou não ser candidato, quem pode ou não fazer “campanha” (não há direito de campanha real), o que pode ou não ser dito. As limitações são tamanha que, há duas semanas das eleições, a “campanha eleitoral, praticamente se resume ao esquema totalmente manipulado da “cobertura eleitoral” da imprensa golpista e à divulgação de pesquisas eleitorais sem nenhum credibilidade real, como se viu à exaustão nos último anos.
Uma das armas nessa ofensiva contra os ultra limitados resquícios de um funcionamento democrático nas eleições é a impugnação e/ou cassação pelo Ministério Público (agora travestido de MPE) e pela justiça eleitoral de milhares de candidatos. Foram anunciadas, até o momento, mais de 2700 pedidos de impugnação, e 1.400 candidatos estão concorrendo sob judice, podendo ser cassados antes das eleições ou mesmo depois delas. Desta forma o voto de todo povo brasileiro continuará condicionado à vontade imperial do judiciário (que acompanha a vontade dos donos do golpe) mesmo depois das eleições.
Em tais condições, está mais do que comprovada e não há como dar aval ao processo eleitoral e rejeitar a tese formulada por importantes dirigentes das organizações de massa dos explorados – como a CUT – (bem antes de sua capitulação ante ao TSE e às ameaças dos generais golpistas) de que “eleições sem Lula é fraude”, que os Comitês de Luta contra o Golpe, pela Anulação do Impeachment etc. referendaram em sua Conferência Nacional, em julho passado.
Rejeitar a realidade e deixar se guiar pelas ilusões passageiras provocadas pela confiança indevida nas pesquisas eleitorais é, independentemente, da vontade, dos “fiéis” endossar, ainda que provisoriamente, a fraude, contra a qual é preciso levantar desde já uma ampla denuncia como vem fazendo o PCO e seus candidatos na atual campanha eleitoral, o que está levando o Partido a ser o mais atingido percentualmente pelo regime de cassação e perseguição do judiciário e da imprensa golpistas na atual “campanha eleitoral”.