Nesta Terça-feira (19), foi iniciada a campanha de vacinação em uberlândia, no dia em que as doses da CoronaVac fabricadas pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, chegaram no local.
Porem, estudantes do curso de medicina que atuam no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foram proibidos de receber a vacina contra a Covid-19 sem nenhuma justificação, mesmo atuando na linha de frente de combate a doença junto com os outros profissionais da saúde. como disse a estudante Sara Silva de Brito: “Somente este mês, três setores foram isolados por conta da Covid-19. Nestes surtos, alguns de nós fomos contaminados. Então, não há nenhuma justificativa para não sermos incluídos na categoria um de prioridade”
Os estudantes de medicina e enfermagem, categorias abandonadas e ditas como descartáveis, trabalham cerca de 40 horas semanais em áreas de enfrentamento da pandemia e fizeram o cadastro no site da Prefeitura. Todos foram chamados para receber a primeira dose da CoronaVac, como deveria ser, porem, ao chegarem ao Uberlândia Tênis Clube (UTC), foram impedidos de se vacinarem sem devida justificação. O Hospital de Clínicas em Uberlândia tem 170 internos, sendo que 120 trabalham no pronto-socorro. Segundos os alunos, surtos de coronavírus dentro do hospital são constantes.
Marcos Aurélio, o coordenador do pronto-socorro da Clínica Médica do HC-UFU, denuncia: “Eles trabalham, fazem escalas de plantões de 12 horas, assim como os médicos. Não acho justo que sejam excluídos do processo de vacinação. Eles estão na linha de frente como qualquer outro profissional do pronto-socorro”.
As categorias estudantis das áreas médicas que ajudam desde o inicio a lutar contra a pandemia sem praticamente nenhum recurso disponibilizado pelo governo genocida de Bolsonaro e da direita, incluindo a PSDBista, ainda o fazem nas péssimas condições de trabalho. A mídia ainda procura realizar a justificação desse completo descaso por si só, flagrando um caso especifico de um estudante de medicina que supostamente “furou a fila” da doença e se vacinou. As mídias tradicionais todas noticiaram este caso do estudante que se declarou como médico para poder se vacinar, o problema sendo que o aluno informou um cargo errado, e não o fato de que os estudantes da classe trabalhadora são impedidos de se vacinar.
Deve-se entender este caso da falta de vacinas como ele é. O ínfimo número de vacinas que chegaram na cidade estão sendo racionadas entre as categorias médicas, e os estudantes foram e serão excluídos do processo de vacinação. Isso é mais um ataque aos estudantes e tem que ser denunciado até o fim. É necessário a mobilização dessas categorias pelos seus direitos de vacinação e de toda a população, as únicas categorias que realmente lutaram para combater o impacto da doença.