O futebol nacional, de maneira incontestável, é o melhor futebol do mundo. Único campeão do mundo cinco vezes, o Brasil é o país que revela todos os anos inúmeros jovens craques da bola. A qualidade única do futebol nacional, entretanto, é alvo dos interesses empresarias, dos grandes monopólios do ramos esportivo que, a cada ano que passa, pressionam os clubes nacionais com somas milionárias para levar os jovens craques.
Nos últimos anos, por exemplo, os interesses estrangeiros, dos capitalistas internacionais sobre o futebol brasileiro, vêm impondo propostas como o do chamado “clube empresa”. Na prática, trata-se da privatização dos times brasileiros. Estes passariam, de maneira completa, para o controle dos grandes monopólios empresarias do ramo esportivo. O que transformaria os clubes em meros instrumentos especulativos nas mãos dos empresários, levando a completa exclusão dos setores mais pobres dos estádios, além do aumento da perseguição às torcidas organizadas.
Aqui repete-se a mesma política de outros setores da economia nacional, como a indústria petrolífera, do ramo de energia, aviação, entre outras, nas quais o Brasil é alvo, principalmente após o golpe de estado, da política de rapinagem por parte dos capitalistas estrangeiros.
A nossa matéria-prima no futebol, no caso os jogadores, mal começam a jogar pelos clubes de origem e logo são comprados pelos times europeus. Ou seja, não se desenvolve um vínculo entre os melhores atletas e seus clubes de formação.
O caso mais recente foi o que aconteceu no último sábado, dia 4. Com apenas 18 anos de idade e revelado pelo Flamengo no segundo semestre de 2018, o atacante Reinier foi comprado pelo clube espanhol Real Madrid por R$ 136 milhões.
Reiner disputou apenas 15 partidas pelo Flamengo no último ano, anotando seis gols e duas assistência. Isso já foi suficiente para chamar a atenção dos espanhóis que vão levar o jogador já neste janela de transferências dos futebol europeu. Reinier irá disputar o torneio pré-olímpico com a seleção sub-23 em fevereiro, seguindo posteriormente para a Espanha.
A única forma de defender o futebol nacional dos interesses dos monopólios internacionais é por meio da mobilização dos torcedores, das torcidas organizadas, jogadores, etc. É preciso colocar os clubes nacionais sob controle destes setores, ou seja, os maiores interessados na preservação dos times e de seus atletas.