A rádio racista Jovempan diz que não há racismo no Brasil e questiona se João Alberto, homem negro que foi morto violentamente pelos seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre (RS) na véspera do dia da Consciência Negra, era criminoso ou oprimido. A rádio fascista há pouco tempo anunciou a demissão Rodrigo Constantino que polemizou a denúncia de Mariana Ferreira como se a vítima fosse culpada pelo estupro que diz ter sofrido, o crime teria ocorrido numa casa noturna também na capital do estado do Rio Grande do Sul.
A rádio nazista tem sido um importante instrumento de propaganda da extrema-direita no Brasil, participou ativamente da campanha golpista contra o governo de Dilma Roussef e, de forma constante, desfere ataques contra toda esquerda. As posições reacionárias da rádio Jovempan já não são mais disfarçadas, são cada vez mais escancaradas desde o golpe de estado e como se vê nos posicionamentos de seus comentaristas nestes acontecimentos mais recentes.
Apesar da matéria da Rádio KKK não apresentar qualquer indício ou prova sobre o caso de João Alberto como o autor reconhece no texto, Paulo Mathias apresenta a vítima do Carrefour como possível criminoso, afirma que não existe racismo no Brasil e que as revoltas contra as lojas do supermercado são produto de conclusões político-ideológicas que incitam ódio. Disse ainda que, sendo um dos seguranças ser policial militar, não seria possível a vítima não ter culpa e que o Carrefour não seria racista pelas políticas de inclusão que possui.
Fica cristalino o posicionamento racista desta imprensa golpista, a demissão de Rodrigo Constantino e qualquer outro comentarista não mudará em nada o caráter fascista da rádio. Foi o desenvolvimento do golpe de estado no país que radicalizou o discurso da rádio que tomou caráter cada vez mais bolsonarista, ou seja, de extrema-direita. Neste sentido, nenhuma demissão será capaz de tornar rádio Jovempan mais humana.
É importante destacar que a rádio KKK que defende o genocídio do povo negro, que defende a suposta moral da Polícia Militar assassina e que criminoso tem que morrer, que não reconhece o apartheid que existe no Brasil, que criminaliza os movimentos de luta do povo negro e de toda esquerda. Mas faz isso de maneira bastante covarde, espera os ânimos dos oprimidos se esfriarem para defender suas posições porque sabe do risco que correria caso o fizesse em meio a revolta que poderia se voltar contra a rádio racista.