Para a direita golpista e o imperialismo, quando se trata de liberdade de expressão, todos os artifícios são válidos – desde que seja contra seus opositores, a esquerda. Na medida em que seus rastros e falcatruas são identificados e, portanto, denunciados, cai por terra toda a demagogia e entram em cena seus representantes na superestrutura do Estado. Nesse caso como nos outros, o judiciário cumpre um papel fundamental para assegurar o domínio dos golpistas.
Em meio às diversas investidas do imperialismo contra o governo de Maduro, na Venezuela, os sicofantas da “democracia estadunidense”, prenderam, no dia 25 de outubro, Max Bluementhal, editor da mídia americana independente The Grayzone, Através de seus agentes de repressão, a Polícia de Washington DC encarcerou o editor por sua suposta participação na captura da embaixada da Venezuela na capital dos EUA. Com ameaças de derrubar a porta, por volta das 9 horas, “vários policiais assumiram posições na casa como se estivessem preparados para um ataque no estilo da SWAT”, afirmou o editor.
“Essa acusação é uma mentira 100% falsa, fabricada e maliciosa”, afirmou Blumenthal sobre a suposta agressão cometida contra um membro da oposição venezuelana.
Ben Norton, também, jornalista da mídia, relatara o que aconteceu depois de entrevistar Blumenthal, denunciando que a prisão de seu parceiro foi feita “de uma maneira infundada” de simples agressão contra um membro da oposição venezuelana, capitaneada pelo governo dos Estados Unidos.
A acusação, com efeito, é uma clara resposta à atividade de um grupo de ativistas políticos americanos que mantiveram-se do dia 19 de março a meados de maio, agrupados no ‘Coletivo de Proteção à Embaixada’, cujo prédio fica em Washington, com a permissão do governo venezuelano, no intuito de impedir que ele fosse ocupado pelos funcionários nomeados pelo deputado – golpista – da oposição, Juan Guaidó, o qual, com total apoio do governo estadunidense, se proclamou “presidente interino” em 23 de janeiro deste ano. Desde que Guaidó tentara um golpe contra Maduro, a situação dos grupos que permaneceram dentro do edifício foi ficando cada vez mais insustentável. Neste ínterim, momentos de tensão caracterizados por agressões verbais e físicas de oponentes, prisões, cortes de energia e água ocorreram em diversos momentos. Até a restrição da passagem de alimentos e medicamentos, fora colocada em prática.
Blumenthal já vinha se destacando contra os golpistas onde, em fevereiro, fizera um vídeo na Venezuela, tornando-se viral. As imagens, por sua vez, denunciavam a falácia e sabotagem da mídia burguesa. O editor mostrara, porém, vários mercados nos arredores de Caracas, onde alimentos e mercadorias estavam disponíveis ao povo venezuelano, mas, segundo os propagandistas da oposição, dos EUA, estes não estavam disponíveis ao público na capital venezuelana.
Este caso revela a completa farsa acerca da liberdade de expressão nos países ditos democráticos. Após uma intensa propaganda sobre liberdade de imprensa na Venezuela e sobre corrupção, eis que a direita golpista – afunda na lama da hipocrisia e do cinismo, colocando em prática o verdadeiro arsenal antidemocrático de que dispõe.