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Uma demonstração de cinismo

Jornal “Gazeta do Povo” defende o fascismo contra antifascistas

Periódico nazista paranaense procura apontar episódios violentos da luta do povo contra o fascismo para justificar a repressão do Estado

No dia 9 de junho do ano corrente, o jornal Gazeta do Povo publicou o artigo “A longa história de violência dos antifas“, reforçando a posição do periódico como um porta-voz da extrema-direita paranaense. O texto, que é assinado pelo jornalista Tiago Cordeiro, é uma crônica de cinismos da burguesia tentando criminalizar, a todo custo, a ação revolucionária do povo em sua luta histórica contra o fascismo.

O início do texto já é uma aberração em si e demonstra a total má-fé de seu autor. Apresentando o nazista Oswald Mosley, um grande admirador de Adolf Hitler, como um pobre coitado, uma vítima dos “violentos” antifascistas, o jornal paranaense já apresenta suas intenções: caracterizar o movimento antifascista como um perigo para a sociedade. Para que fique claro o tipo nazista que o Gazeta do Povo procura apresentar como uma “vítima” dos antifascistas, apresentamos o que Mosley dizia sobre o fascismo, já depois da queda de Hitler:

O fascismo era uma explosão contra condições intoleráveis, contra erros consertáveis que o velho mundo não conseguiu consertar. Era um movimento para assegurar o sentimento nacionalista pelas pessoas que se sentiam ameaçadas pela decadência e pela morte e estavam determinadas a viver, e viver de maneira grandiosa.

Bom, um sujeito que defende um regime que matou milhões de pessoas das formas mais cruéis imagináveis, que destruiu todas as organizações dos trabalhadores italianos e que impôs uma violenta ditadura em que só os capitalistas davam as cartas mereceria ser alvo da mais furiosa revolta do povo. Mas não é o povo que o periódico paranaense defende aqui…

Depois do ridículo de ter defendido Oswald Mosley contra os “perigosos” antifascistas, que teriam jogado bombas caseiras e pedras para impedir que a Inglaterra fosse tomada pelo fascismo, o Gazeta do Povo segue dando alguns exemplos em que, em nome da luta contra o fascismo, o povo teria utilizado expedientes violentos.

De fato, não são poucos os episódios em que é possível encontrar o uso da violência por parte dos antifascistas. Esse levantamento, no entanto, em contraste com a propaganda de que os fascistas seriam vítimas, deve ser mostrado com orgulho pelo movimento antifascista. Afinal de contas, a violência do povo contra o fascismo é a expressão da determinação em combater os mercenários contratados pelos capitalistas. Ser um “antifascista de manifesto” — isto é, assinar um manifesto contra o fascismo — não representa nenhum esforço real em combater a extrema-direita. Ao passo que a mobilização e o enfrentamento constituem as maiores armas que a classe operária dispõe para poder frear a ofensiva imperialista.

Mas o periódico paranaense não faz esse levantamento à toa. Além da propaganda de que os fascistas seriam pobres vítimas — propaganda essa que ninguém sério pode levar isso em consideração —, o texto faz uma série de referências à atividade terrorista. Ou seja, o jornal paraense procura vincular a ação antifascista a um tipo penal.

Para defender esse absurdo, o Gazeta do Povo chega a convocar “especialistas” no tema, como os pesquisadores do Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e de Respostas ao Terrorismo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Segundo esses especialistas, vários casos em que os antifascistas saíram às ruas para se manifestar podem ser enquadrados em episódios de tipo terrorista. No final do artigo, Tiago Cordeiro ainda ressalta que a lei antiterrorista brasileira não é suficiente para punir os movimentos antifascistas. Uma observação que, na verdade, parece muito mais com um conselho que o Gazeta do Povo quer dar ao Estado brasileiro.

O que chama bastante atenção é que a lei antiterrorista é justamente um dos mecanismos tipicamente fascistas utilizados pela direita em todo o mundo. Normalmente bastante vagas, essas leis contra o terrorismo permitem que o Estado persiga duramente seus adversários sobre qualquer pretexto, tipificando todos eles como terroristas. É comum, inclusive, que o pretexto do terrorismo seja utilizado para que o Estado possa matar esses seus adversários. não há dúvidas: enquadrar os antifascistas como terroristas é defender o fascismo contra aqueles que se opõem ao terror da extrema-direita.

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