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Jornal francês destaca a política do PCO em meio aos protestos em Paris pelo Fora Bolsonaro

Da redação – Reproduzidos a seguir uma reportagem do jornal francês Le Journal du Dimanche, dessa quinta-feira (06), traduzida pelo PCO Europa, grupo de militantes e filiados do Partido da Causa Operária na Europa. O artigo é sobre os atos contra o governo Bolsonaro realizados esta semana em Paris.

Em Paris, a comunidade brasileira contra o Bolsonaro

Um fórum econômico ocorria na quarta-feira entre representantes do governo brasileiro e o Medef *. Brasileiros que moram na França manifestaram-se em frente ao Ministério da Economia e Finanças, um sinal do protesto de parte da comunidade contra o regime de Jair Bolsonaro.

De Emmanuel Haddek

« Fora Bolsonaro! » No megafone, a palavra de ordem ressoa na praça em frente ao Ministério das Finanças. Sob uma chuva torrencial. Manifestantes reuniram-se para se opor à realização de um fórum de negócios entre a França e o Brasil, que ocorria a poucos metros de distância, no prédio do governo. Entre os convidados, Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil, encarregado de parcerias e investimentos do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro.

Os franceses estão presentes na demonstração, mas não estão sozinhos. A comunidade brasileira na França também está se mobilizando contra o regime Bolsonaro, no poder desde outubro passado.

“Uma pequena vitória”

A tarde começa com uma boa notícia para os manifestantes: Agnès Pannier-Runacher, Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Economia e Finanças finalmente decidiu não participar do fórum – estava previsto que ela acolhesse a delegação brasileira. No dia anterior, seu nome foi removido da lista de participantes. Não há mais membros do governo agora presentes.

“É uma pequena vitória”, diz Rebeca Lang, uma brasileira que mora na França e membro do Alerte France Brésil, o coletivo organizador do evento. Pequena, porque o fórum foi mantido. “Fizemos uma petição, circulamos artigos, o jornal Libération publicou uma tribuna, acho que conseguimos fazer alguma pressão”, diz ela.

Depois de cantar “Bella ciao”, uma famosa canção italiana anti-fascista, Rebeca revela o que a preocupa: “Com a ascensão do extremismo no Brasil, é todo o planeta que está em perigo, especialmente por causa do desmatamento na Amazônia. O número de hectares desmatados desde janeiro é impressionante”.

“Bolsonaro é um presidente homofóbico e racista”

Os líderes brasileiros não são os únicos criticados. Marcia Camargos chegou à França há menos de três anos e denuncia a hipocrisia do presidente francês Emmanuel Macron. “Algumas semanas atrás ele recebeu Raoni, líder indígena da Amazônia. Macron denunciou todas as ações perpetradas contra a floresta amazônica e empenhou seu apoio. E agora ele recebe representantes brasileiros que mostraram claramente que desprezam estas pessoas, que eles vêem como parasitas”.

A chuva não para de cair, no entanto, apesar de seu pequeno número, os manifestantes continuam lá. E por boas razões, pois a Amazônia não é o único motivo para sua presença hoje. É o governo que os expatriados brasileiros vêm denunciar. “Bolsonaro é um presidente homofóbico, racista, que incentiva a violência contra as mulheres. Este homem não gosta dos pobres, ele governa para os ricos, para a classe dominante », afirma Marcia.

Apoio a Lula

Entre as faixas e bandeiras trazidas pelos manifestantes, uma delas, vermelho escarlate, se destaca. A bandeira do PCO brasileiro (Partido da Causa Operaria). O único partido político representado hoje. “No Brasil, o PCO é um dos únicos partidos a opor-se abertamente a Bolsonaro. É muito complicado para eles lá no Brasil », lamenta Rosangela Ribeiro dos Santos, a porta-voz. Ela chegou à França há alguns anos e ainda assim sua mobilização é recente. Em seu megafone, ela exigiu a libertação de Lula, preso por mais de um ano e novas eleições. « Lula foi vitima de uma fraude eleitoral, ele deveria ter podido participar das últimas eleições, especialmente porque as pesquisas o apontavam vencedor no primeiro turno ».

Na França, a comunidade brasileira está cada vez mais posicionando-se contra o que ocorre no seu país de origem. E sobretudo desde a chegada de Bolsonaro ao poder. “Entre os dois turnos das eleições presidenciais no Brasil, organizamos uma manifestação em Paris, que reuniu mais de 3.000 pessoas”, lembra Rebeca. Além disso, na época da votação, expatriados brasileiros na França haviam expressado sua rejeição ao líder de extrema-direita. 70% deles votaram no candidato de esquerda Fernando Haddad. Mas lutar por seu país a 8 mil quilômetros não é fácil. “É um trabalho de formiga”, diz Marcia.

Mesmo longe, Rosangela sabe que sua luta não é em vão: “Devemos continuar cantando Bella ciao”, diz ela, sorrindo.

*MEDEF (Mouvement des Entreprises de France significa Movimento das Empresas da França) Criado em 1998, o MEDEF substitui o Conselho Nacional do Patronato Francês. É uma organização de empregadores que representa os empresários franceses perante o estado e os sindicatos.

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