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Futebol e luta de classes

Jones Manoel elogia futebol argentino, mas é contra o brasileiro

O crítico do futebol brasileiro rasga elogios a Maradona, dizendo que o ex-jogador argentino era um símbolo contra o imperialismo, enquanto nega o mesmo para os brasileiros

O vlogueiro do PCB Jones Manoel sempre criticou o PCO por conta de sua defesa do futebol brasileiro, principalmente no que diz respeito à defesa do partido ao atacante e craque da seleção brasileira, Neymar. Segundo o próprio Jones Manoel, o partido faria um “desserviço”, “um atraso” e deixariam ele envergonhado, por conta de relacionar o assunto aos ataques do imperialismo.

Pois bem, eis que o mesmo Jones Manoel, quando da morte do ex-jogador argentino, Diego Armando Maradona, disse em sua conta do twitter que: “Maradona não é “só” um jogador genial. Ele era uma representação, quase um tipo ideal, do latino-americano rebelde, altivo, orgulhoso de sua história e defensor de sua soberania. O que Galeano escreveu em palavras, Maradona vivia como símbolo com todas as suas contradições.”

A posição de Jones é um tanto quanto estranha, já que, para ele, relacionar o futebol com a opressão que sofre o povo latino-americano, deveria ser um sinônimo de vergonha, já que quem causa a opressão do povo na região é justamente o imperialismo.

Para afirmar ainda mais sua posição, Jones Manoel ainda postou uma música da banda Calle 13, chamada Latino-América e que trata justamente da opressão sofrida pela região frente ao imperialismo, como forma de homenagem a Maradona, já que há um verso da música que diz “Soy Maradona contra Inglaterra anotándote dos goles”.

A pergunta que fica para Jones Manoel, mas que é fácil de ser respondida, é: por que no caso de Maradona, há a luta contra o imperialismo, mas, quando falamos do futebol brasileiro, a mesma coisa não acontece? A resposta, Jones já deu na primeira publicação realizada no Twitter, na qual ele diz que Maradona sempre lutou no “lado certo da história”.

O problema é que, apesar de Maradona realmente ter se posicionado à esquerda em muitas ocasiões, ele não era político, mas sim, jogador de futebol. O motivo pelo qual Maradona se tornou famoso e ganhou o mundo tem muito mais a ver com sua qualidade técnica dentro de campo, essa sim, que ajudou a humanidade a progredir, por conta de seu avanço técnico dentro de campo, do que com aquilo que o craque pensava fora das quatro linhas.

Segundo o que pensa Jones Manoel, basta que você pense em ser esquerdista, ou faça algum tipo de propaganda sobre isso, para que você se coloque frontalmente contra o capitalismo e o imperialismo, o que é muito estranho para qualquer pessoa que se diga marxista.

Maradona, assim como qualquer jogador de futebol, artista, escritor ou qualquer outra pessoa, precisa ser encarado dentro daquilo que diz respeito ao progresso da humanidade. Sendo assim, Maradona não é melhor do que ninguém por ter uma opinião contrária ao imperialismo, mas sim, por conta daquilo que fez dentro das quatro linhas, incluindo um belíssimo jogo em que o craque se tornou símbolo por ter feito dois gols contra a Inglaterra (um deles de mão) durante as quartas de final da Copa do Mundo de 1986, apenas 4 anos após a Guerra das Malvinas, em que a Argentina e a Inglaterra entraram em conflito pela região, com vitória da Inglaterra sobre a área.

Dessa mesma forma, o futebol brasileiro sempre enfrentou o imperialismo, indo ainda mais longe. O futebol brasileiro não só enfrentou o imperialismo e se tornou maior do que o futebol de países imperialistas europeus, como se tornou o principal futebol de todo o mundo, o dominando completamente.

Jones ignora esse fato, justamente, por não entender o caráter do imperialismo e o compreender de uma maneira completamente abstrata, acadêmica e sem relação com a realidade. Muito pelo contrário, o pcbista somente se lançou a fazer comentários sobre Maradona por conta da necessidade de se lançar como “entendido” do futebol após as críticas que havia feito ao esporte mais amado pelos trabalhadores brasileiros.

Para Jones, no entanto, o importante não é o futebol em si, nem mesmo sua relação com a classe operária e o enfrentamento que os países atrasados tem contra o imperialismo para se impôr no esporte. Para ele, o importante é acompanhar aquilo que está na moda. Como todos estavam falando de Maradona e todos estavam se colocavam em favor dele e o comparando com Pelé, era importante que a personalidade do twitter também se expressasse.

Pior ainda, Jones faz isso em um momento em que todos criticavam e tentavam rebaixar Pelé, jogador brasileiro e maior jogador de todos os tempos, comparando-o a Maradona em um quesito puramente moral, para rebaixar o craque brasileiro e a moral de todo o povo do país. No entanto, o próprio pcbista não levou em consideração que muitas das críticas feitas a Pelé, também eram feitas a Maradona e que, assim como a burguesia tenta utilizar a imagem do craque brasileiro de acordo com seus interesses e o atacando quando é possível, a imprensa faz o mesmo com o jogador argentino.

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