Em Joinville (SC), com o candidato estreante em eleições Adriano Silva, da vice Rejane Gambin e nove vereadores, o partido NOVO tem seu primeiro prefeito e vice eleitos. Vai precisar formar um bloco de sustentação no governo.
Talvez por isso em sua primeira declaração diz que vai governar para todos e ainda que é hora de tirar a camiseta laranja e vestir todas as cores. E diz ainda que em breve anunciará o formato do processo seletivo para compor o secretariado e o primeiro escalão do governo. É o que diz a matéria do jornal NSC total.
No início da campanha tinha cerca de 6% das intenções de voto, ficando em quarto lugar dentre os 14 que disputavam. Chegou ao segundo turno em segundo lugar com 22,98% e o primeiro colocado Darci de Matos do PSD com 25,30%. Acabou ganhando com 55,4% dos votos contra 44,6 % do outro candidato. Votos brancos e nulos 10% e abstenções 28,35%, num total de 38% que não escolheram nenhum dos candidatos.
O prefeito eleito é empresário farmacêutico, socorrista voluntário no corpo de bombeiros e conta com apoio do Luciano Huck da Rede Globo. O partido NOVO foi o 1º colocado em pesquisa do TSE que buscava encontrar o partido com maior número de ricos.
Ele vai governar uma cidade com a maior industrialização de Santa Catarina, com um PIB de 25,6 bilhões de reais, um dos melhores índices de desenvolvimento humano do país e que teve bom desenvolvimento nas últimas décadas. Com as crises da economia e da pandemia sofreu o baque e perdeu quase metade dos empregos, como em todas as cidades do país.
Com a eleição do candidato do NOVO, as coisas vão piorar e muito. O neoliberalismo é implacável na redução do estado, privatizações e reforma administrativa, coisas que foram defendidas na campanha dele.
O enorme parque industrial e de serviços, a agropecuária, já foram afetados pelas crises, e sobretudo a partir do golpe de estado em 2016, com toda certeza irá encolher ainda mais. E com isso os empregos devem diminuir também. Afinal o neoliberalismo privilegia a entrega da riqueza nacional ao capital estrangeiro imperialista.
Em campanha prometeu investir nos transportes públicos, uma vez que a cidade já sofre com engarrafamentos, também em obras de infraestrutura e conta com a iniciativa privada no processo. É entregar o público para o privado, à custa do sofrimento do povo que paga impostos, pois é sabido que empresas e ricos são isentas de muitos impostos. Quem paga a conta são sempre os trabalhadores.
Trata-se da mesma política do ministro Paulo Guedes, onde o estado investe nas obras de infraestrutura e depois de pronta entrega para a iniciativa privada capitalizar os lucros sem gastos e investimento. É a mesma política que o PSDB adota em São Paulo há décadas, e o resultado é uma piora significativa nos serviços prestados ao povo com custos elevados.
Com relação às eleições, em nível nacional foram marcadas por fraudes de todos os tipos, o TSE impediu que partidos e candidatos de esquerda pudessem participar em igualdade de condições com os da direita. Muitas candidaturas não aceitas, outras caçadas, partidos não participando de debates, horário político, etc.
O mesmo aconteceu em Joinville, como se explica que um candidato que participa pela primeira vez de eleições com margem pequena de intenção de votos, chega ao segundo turno em segundo lugar e ganha? Lembrando que esses candidatos são desconhecidos da política. Só mesmo por fraude. E com isso quem fica mais prejudicado é o povo, o trabalhador. Joinville vai ter que se organizar, trabalhadores e moradores criando conselhos populares, estabelecer uma pauta com as prioridades de luta e ir para as ruas até terem sucesso nas conquistas. Caso contrário viverão um cenário de terra arrasada nos próximos anos.