Por Ariadna Eljuri, AVN – No último mês de abril, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, nomeou seu novo conselheiro de segurança nacional: John Robert Bolton, um homem que apoiou invasões de seu país a outras nações e hoje dirige um plano para assassinar o chefe de Estado, Nicolás Maduro e encher a Venezuela de violência, como denunciou nesta quarta-feira o mandatário venezuelano.
Bolton foi um dos grandes defensores da invasão militar que os EUA liderou em 2003 contra o Iraque, que aconteceu durante o governo de George W. Bush, com a desculpa de desarmar a nação iraquiana de supostas armas de destruição em massa, que nunca foram encontradas.
“Temos certeza que Saddam Husein escondeu armas de destruição em massa”, disse Bolton em um discurso em 2002, recordou em março deste ano o portal espanhol El Confidencial.
Este personagem, que foi taxado de “falcão militarista”, abraçou a teoria do “eixo do mal” sobre a Coreia do Norte, Irã e Iraque, e pressionou o Departamento de Estado e a Agência Central de Inteligência (CIA) para despedir aqueles que não apoiaram as acusações mais radicais contra esses países, segundo uma análise de documentos oficiais que John Prados, da Universidade George Washington, fez em 2008, acrescentou o portal.
Em 2015 escreveu um artigo, publicado no The New York Times intitulado “Para derrotar o Estado Islâmico, criar um Estado sunita”, em que defendia que a única forma de acabar com o Estado Islâmico – grupo terrorista financiado pelo governo da nação estadunidense–, era eliminando a fronteira entre Síria e Iraque, tal como pretendia impor o chamado Daesh, afirma matéria do jornal La Vanguardia.
Bolton, que substituiu o general condecorado Herbert Raymond McMaster, manteve uma linha dura contra o histórico acordo nuclear firmado em julho de 2015 entre Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), que proibia a produção de urânio enriquecido e estabelece a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear do país persa.
Nesse momento, publicou novamente no The New York Timen um artigo em que manifestava seu ponto de vista sobre o acordo e argumentava que “para deter a bomba do Irã, bombardeia o Irã”, recordou em março deste ano o portal alemão Deutsche Welle.
Em maio deste ano, Trump decidiu sair deste acordo.
Venezuela, o objetivo de Bolton
Nesta quarta-feira , o presidente da República, Nicolás Maduro, revelou um plano, de caráter terrorista e intervencionista, para “violentar a democracia” e impor um governo ditatorial na nação, promovido por Bolton.
“Designaram o senhor John Bolton novamente como chefe do plano, do complô para encher a Venezuela de violência e para buscar uma intervenção militar estrangeira, um golpe de Estado, asassinar o presidente e impor o que eles chamam um conselho de governo transitório”, afirmou no Palácio de Miraflores, em Caracas.
Maduro afirmou que o plano golpista está em desenvolvimento, sendo prova disto o programa de treinamento de “mercenários” que, em cumplicidade com o governo da Colômbia, se executa em território estadunidense e colombiano.
Por outro lado, Maduro disse que John Bolton está dando missões ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, para iniciar “provocações militares” no sul da Venezuela, especificamente na fronteira entre os dois países. A execução de tal ação está nas mãos do vice-presidente eleito do Brasil, Hamilton Mourão, que “todos os dias diz que vai invadir a Venezuela” e promove o uso de forças militares contra a nação bolivariana.
Esta não seria a primeira vez que Bolton ataca a Venezuela. Em agosto de 2017, disse para o portal de extrema-direita Breitbart que a pátria de Bolívar era supostamente uma ameaça para os EUA e urgiu a Washington não ser “tímido” com respeito ao governo do presidente Nicolás Maduro, chamando a apoiar mais a oposição, recordou em março deste ano Resumen Latinoamericano.
Nesta oportunidade também assegurou que a Venezuela supostamente era uma ameaça para os EUA, por sua relação com o Irã.
Quem conhece Bolton o define como um ser insuportável com seus subordinados. Além disso, sua identificação com Israel é total, afirmou em março Resumen Latinoamericano. O assessor de segurança nacional de Trump também é membro da Associação Nacional do Rifle.