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Jogadores do Figueirense ameaçam greve por atraso nos salários

Dentro do futebol, principalmente baseado em times milionários europeus, muito se fala na figura do grande empresário, no endinherado sheik ou empresa que assumiu um clube modesto e o teria levado para o sucesso. Quando chegamos para analisar o mundo real, e ainda mais o futebol brasileiro, notamos que tudo isso não passam de puras promessas, feitas por sanguessugas que de nada se importam com o esporte e estão ali apenas para ganhar dinheiro em cima.

No Brasil, os casos de clubes que se tornaram empresas não são tantos, principalmente dentre os clubes mais tradicionais, porém, sempre quando ocorre, o resultado é o mesmo: a pura destruição da instituição.

Da mesma forma com que é feita a propaganda para se privatizar importantes setores da economia brasileira, com o pretexto de se tornarem mais eficazes, os clubes de todo país sofrem da mesma pressão.

Financeiramente falando, e apenas financeiramente, o futebol brasileiro é modesto ao se comparar aos times da Europa. Graças a isso, é natural vermos grandes clubes com problemas financeiros, atrasos de salários, entre outras coisas que refletem a situação econômica do país. Porém, é se aproveitando dessas situações que surge a figura do empresário, o suposto “grande salvador” que estaria disposto a fazer seu clube do coração, que hoje passa por dificuldades financeiras, a se tornar o Real Madrid de amanhã.

O caso do Figueirense é nada mais que isso. A história de um dos mais tradicionais clubes de Santa Catarina, com o maior número de títulos, que nos últimos 19 anos, esteve na Série A em 12 (um grande feito para o estado) e foi abocanhado por capitalistas em um momento de turbulência.

Tudo começa no ano de 2017, o primeiro ano de série B do time desde 2013. Naquele ano o clube começava a desenvolver problemas financeiros (ainda muito longe dos salários atrasados) e, no segundo semestre do campeonato, fechou um acordo com uma empresa chamada Elephant e com empresários estrangeiros.

As promessas eram belas, o pagamento das dividas, a volta para elite, títulos nacionais e um futuro promissor na libertadores. Porém, como todo bom empresário que vem sugar seu sangue, existia sempre o aviso de que apenas conquistaríamos isso fazendo cortes, e que apenas com o passar dos anos os problemas seriam corrigidos. Até lá, o torcedor alvinegro teria de aceitar que a destruição do time era necessária para seu futuro, o mesmo prometido pelos economistas do golpe de 2016.

E, da mesma forma que Paulo Guedes, todos os mil e um presidentes que caíram um atrás do outro diziam o mesmo. Sempre havia a necessidade de novos reajustes, e sempre o clube, que supostamente estaria sendo salvo, terminava o mês com sua divida maior do que já era. Sendo que atualmente esta divida está mais de três vezes maior do que era anteriormente.

Seguindo esse caminho, passou a ser visível a deterioração. O estádio, após anos de Série A, passou por melhorias. Começamos a ter a presença de um telão no lugar de um antigo placar, o gramado era sempre impecável e o clube uma referência. Atualmente tudo isso foi para o ralo. O telão diminuiu, depois simplesmente sumiu. A entrada do estádio, com sua tradicional fachada, foi abandonada e, um mês depois, começamos a ouvir sobre funcionários com salários atrasados, depois vieram os jogadores e, no fim, foi revelado o abismo em que o clube se encontrava.

Ídolos históricos saíram do clube chutando tudo, dando declarações fortes contra a empresa e denunciando os empresários. Hoje, a situação está ainda pior.

Após meses de salários atrasados os jogadores deram um basta e entraram em greve. Na primeira ocasião, foram convencidos pela empresa gestora de que eles e os funcionários seriam pagos. Hoje, essa promessa não convence mais ninguém.

O time, tanto quanto os funcionários, está sem salário e agora ameaça não entrar em campo, acarretando no chamado WO. Caso isso ocorra duas vezes, o time sofrerá punição e será rebaixado para a terceira divisão, algo que parecia totalmente irreal anos atrás.

Em parceria com a empresa está a imprensa capitalista, que matéria após matéria vem em defesa da empresa e diz que os jogadores são irresponsáveis. Porém, a torcida felizmente não deu trela para isso e, após chegar a realizar uma campanha financeira própria para salvar o clube, agora chama por uma famosa palavra de ordem: Fora Elephant.

E da mesma forma com que os trabalhadores brasileiros chamam pelo Fora Bolsonaro, a palavra de ordem Fora Elephant é extremamente popular, estando presente em todos os jogos.

Por fim, o clube se encontra no momento mais difícil da sua história. Há 10 anos estava disputando uma final de Copa do Brasil e sonhava com a libertadores. Hoje, sofre para se manter na Série B. Sendo assim, não serão os capitalistas que irão salvar o Figueirense, o Botafogo, ou qualquer outro clube que esteja sendo chantageado nesse momento e, sim, sua própria torcida, os únicos que defendem de fato o time e não o dinheiro que podem ganhar em cima.

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