Ícones africanos do futebol mundial, como Didier Drogba, Samuel Eto’o and Demba Ba, denunciaram em suas redes sociais que os países imperialistas têm sugerido que os povos africanos sejam utilizados como cobaias vivas para realização de testes de vacinas do coronavírus. As publicações dos jogadores foram uma resposta a uma conversa online feita entre dois médicos em Paris, Jean Paul Mira e Camille Locht, que levantavam a possibilidade de utilizar os africanos como cobaias, uma vez que, segundo eles, prostitutas africanas já haviam sido usadas para fazer testes sobre a AIDS nos anos 1980-1990.
O marfinense Didier Drogba, um dos ídolos do clube inglês Chelsea, disse que as sugestões são “escandalosas”, “absolutamente nojentas” e que “é totalmente inconcebível que tenhamos que alertar para isso”.
Drogba ainda salientou que “gostaria de denunciar energicamente essas palavras humilhantes, falsas e acima de tudo profundamente racistas. A África não é um laboratório de testes.”
O camaronês Samuel E Eto’o, ídolo do Barcelona, foi um dos que prontamente reagiu e disse “A África não é um playground para vocês!”, “Desgraçados!”
Indignado, o senegalense Demba Ba compartilhou um vídeo nas redes sociais que dizia: “Bem vindo ao Ocidente, onde os brancos consideram a si mesmos tão superiores que o racismo e a debilidade se tornam uma banalidade” e foi mais além ao afirmar: “Podemos considerar como uma boa pessoa aquele que vê uma injustiça, mas não age contra ela?”
Já o malinense Mohamed Sissoko, que atuou pelo Liverpool, Juventus e Paris Saint-German disse que as sugestões são “injustas e vergonhosas” e afirmou que “o vírus da bestialidade não poupou a França”.
O meio de campo da República do Congo, Youssouf Mulumbu, que saiu do clube escocês Celtic na última temporada, adicionou: “A África não é uma lata de lixo ou um laboratório. Nenhum teste de vacina contra o coronavírus na África!”
A sugestão dos médicos franceses, longe de ser somente uma opinião individual, expressa a visão geral dos países imperialistas sobre os povos africanos e o papel esperam que eles desempenhem no mundo, o de colônias para a exploração. As vidas dos africanos, para os europeus, são absolutamente descartáveis.