Em entrevistas, durante a última semana e falando sobre a nova turnê da banda Ratos de Porão, “Brasil 30 anos”, o vocalista João Gordo expressou claramente seu repúdio aos fascistas, assim como aos “metaleiros” que andam por aí apoiando personagens da escória da humanidade.
Não é nenhuma novidade, que o viés histórico de todo o Heavy Metal é de crítica ao sistema capitalista, mas frente ao surgimento minoritário de direitistas que tem se posicionado em shows de Heavy a favor da extrema direita, João Gordo foi categórico: “Esses metaleiros fascistas vão tudo se arrepender. Como esses caras dizem ser satanistas, escutam black metal, falam que são fãs do capeta e tal, mas apoiam cristão fundamentalista? Os caras são loucos” o roqueiro ainda conclama: “Não troco ideia com fascista, é paulada”.
O Heavy Metal surgiu dentro das maiores periferias dos Estados Unidos e da Europa procurando em suas letras criticar as estruturas dominantes e excludentes. O termo ou conceito de satanismo dentro do gênero musical não é uma expressão espiritual ou religiosa, e sim uma crítica e uma oposição a todo tipo de atrocidade e disseminação de violência e repressão que sempre foi justificado por meio do cristianismo.
Neste sentido as músicas dos Ratos de Porão, são da mais pura linhagem satanista, entre às que estarão na turnê temos: “Amazônia nunca mais”, “Retrocesso”, “Farsa nacionalista”, “Máquina militar”, “SOS país falido”. Segundo João, são músicas que dão até medo de escutar, cara, porque retratam o que está acontecendo. “Amazônia nunca mais” denuncia a situação do desmatamento, o assassinato de protetores da natureza, de ativistas ou essa expulsão de índios das terras desmarcadas”.
Apesar de não levantar a fraude eleitoral política ocorrida nos últimos tempos, Gordo criticou a atual situação do país: “É um retrocesso, né, cara? A volta do regime militar… Não que eu seja a Mãe Diná, mas como o Brasil não muda, né? Tá sempre cometendo os mesmos erros, o pessoal está sempre votando nos mesmos filhos da puta. Você vê como é cíclica a parada, cara“.
Em linhas gerais, a análise de João Gordo de que “Não troco ideia com fascista, é paulada!”, se coaduna com o que há muito tempo, o Partido da Causa Operária defende e implementa, “Com Fascista não se discute, se combate!”.
Para finalizar, a letra da música “Conflito violento”, do enorme repertório da Banda, mostrando claramente sua posição contra o fascismo.
Conflito violento
Gás lacrimogêneo
Bomba de efeito moral
Bala de borracha na cara
Repressão policial
No conflito violento
Desobediência civil
Caminhando contra o vento
Patriotada varonil
Vai! Cubra sua cara e sai
Linha de frente e vai
Grite com ódio e vai
Não perca o foco
Borrachada para todos
Todo mundo apanha igual
Criança, velho, aleijado
Jornalista toma um pau
Com vinagre tá detido
Barricada, choque, fogaréu
Olho ardendo tá perdido
Estilhaços, feridos a granel
Vai! Cubra sua cara e sai
Linha de frente e vai
Grite com ódio e vai
Não perca o foco
Cuidado com infiltrado
E a má fé da policia
Não seja subjugado
Por essa corja fascista
Prisão arbitrária
Ação repressiva
Ação de canalhas
Terceiro mundista
Gás…