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01/07/1766

Jean-François, morto por não reverenciar procissão católica

O cavalheiro de La Barre se tornou um símbolo da perseguição brutal da Igreja Católica na época

Em 1 de julho de 1766, há 255 anos, era torturado e executado Jean-François, o cavalheiro de La Barre, que se tornou um símbolo da campanha de censura da Igreja Católica. A dominação ideológica da Igreja firmou-se através de violência extrema, destruindo fisicamente as manifestações de diversas culturas e religiões.

O caso teve início com uma ocorrência de vandalismo em 9 de Agosto de 1765 ao crucifixo de madeira na Pont-Neuf em Abbeville, face a qual o bispo de Amiens promoveu a fúria dos fiéis e convocando-os a denunciar todos aqueles envolvidos no caso ao juiz civil, sob pena de excomunhão. Nesse período o catolicismo era então a religião do Estado da francês. 

A investigação sobre o vandalismo não teve frutos, mas os jovens Gaillard d’Etallonde, Jean-François de La Barre e Moisnel foram denunciados por não terem tirado os chapéus quando uma procissão passou. Ao vasculharem o quarto de La Barre, foram encontrados três livros proibidos, incluindo o Dicionário Filosófico (Dictionnaire philosophique) de Voltaire.

La Barre foi imediatamente torturado para confissão dos seus crimes perante a Igreja Católica. Depois, foi sentenciado pelo Parlement de Paris à nova tortura e decapitação, tendo ainda seu corpo atirado ao fogo juntamente com sua cópia do Dicionário Filosófico. O jovem nobre foi literalmente torturado e assassinado brutalmente por não ter tirado o chapéu para uma procissão. O próprio Voltaire tentou, sem sucesso, reverter a condenação de La Barre. A sentença só viria a ser derrubada em 15 de Novembro de 1794, pela Convenção Nacional durante a Revolução Francesa.

Em 3 de Setembro de 1905, foi edificado em Montmartre um monumento em homenagem a La Barre, exatamente em frente a Basílica do Sagrado Coração. A estátua tinha a seguinte inscrição. “Ao Cavalheiro de La Barre, supliciado aos 19 anos de idade em 1º de Julho de 1766, por não saudar uma procissão”. Na inauguração teriam, comparecido cerca de 15 mil defensores da separação entre Igreja e Estado,  posteriormente por muitos anos e por muitos anos, ocorreu no local o evento intitulado “Manifestação La Barre”, com simpatizantes das escolas laicas.

No ano de 1926, a estátua foi removida para a praça Nadar, retirando-a das vistas dos peregrinos, uma clara ação para esconder a história da Igreja. Infelizmente, a homenagem a La Barre, filósofos, humanistas e outras vítimas da censura não tiveram a mesma sorte da arte sacra consagrada aos santos, reis e rainhas e foram derretidas durante o regime Vichy para aproveitamento do metal.

Em 1997 o Conselho Municipal do 18º Distrito de Paris aprovou reerguer a estátua de La Barre no seu local original.

O martírio de La Barre não foi um caso isolado, sendo uma atuação comum dos estados religiosos. Essa atuação era uma metodologia bárbara, que veio a ser retomada em larga escala pelo nazismo, sendo bastante difundida pela extrema direita.

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