Muito tem se falado, nos últimos dias, sobre o massacre produzido pela polícia no Rio de Janeiro, que resultou na morte de pelo menos 28 pessoas na comunidade de Jacarezinho. Os policiais invadiram a favela e assassinaram sumariamente e a sengue-frio os moradores.
Esse tipo de ação é comum, mais precisamente, é cotidiana nos bairros pobres das cidades brasileiras. A população é vítima da brutalidade da polícia, que atua de acordo com as diretrizes do Estado dominado pela burguesia. Trata-se de uma ditadura brutal contra a população com a finalidade de garantir os interesses dos capitalistas.
E como acontece com qualquer ditadura, a população tem o direito de reagir da maneira que for necessário. Ninguém tem a obrigação de aceitar um massacre, uma violação contra si e sua família.
O Brasil é apenas a versão nacional para o que acontece na Palestina. Um Estado criado artificialmente pelo imperialismo opera os maiores massacres contra o povo palestino. Nese momento, Israel está bombardeando Gaza.
A reação dos palestinos, tanto quanto a do povo pobre no Brasil, é legítima. A violência do oprimido é uma legítima defesa, é o direito de se defender dos ataques do opressor.
Assim como no Brasil, a imprensa apresenta cinicamente o massacre como um confronto entre as partes. É uma declaração que serve para encobrir o genocídio da população que não tem condições materiais para se defender dos ataques da máquina de guerra terrorista da burguesia.
No caso da Palestina, o povo luta contra uma opressão que tem o objetivo de manter o controle econômico do imperialismo na região. No Jacarezinho, como nas periferias brasileiras em geral, a luta é contra uma polícia a serviço da burguesia que quer manter o povo escravizado.
Não há confronto com a polícia nas favelas brasileiras, não há confronto entre palestinos e o Exército israelense. O que há é um massacre de aparatos fortemente armados contra um povo desarmado ou armado de modo muito precário.
Por isso, ideologias pacifistas não dão conta de resolver o problema. Só o armamento do povo, ainda que posso ser insuficiente perto da máquina de opressão estatal, pode garantir ao oprimido a sua defesa. É um problema, em última instância, do direito do povo sobreviver.
É preciso denunciar os massacres, defender incondicionalmente a reação dos oprimidos – tanto lá como aqui – e propor uma política de extinção de todo o aparato repressivo do Estado brasileiro, assim como o fim do Estado genocida de Israel.