O presidente de extrema direita da Colômbia , Ivan Duque, anunciou que irá colocar os militares nas ruas para reprimir as manifestações populares que ocorrem no país desde a semana passada.
Os protestos ocorrem em todo o país em virtude do anúncio de uma reforma tributária que tem como objetivo colocar nas costas da população a crise econômica capitalista agravada pela pandemia de Coronavirus. Na quarta-feira (28) os protestos se intensificaram quando foi anunciada uma greve nacional com o amplo apoio da sociedade.
Ocorreram, desde então, vários confrontos entre policiais e os manifestantes. Em Bogotá 330 policiais ficaram feridos e 249 pessoas presas . Em Cali é o local onde existe a maior tensão devido ao assassinato de um jovem de 16 anos, morto com dois tiros pelas costas durante o confronto. Um video mostra o rapaz chutando o policial e depois correndo sendo perseguido e alvejado pelas costas. Já foram confirmadas 10 mortes após o início da greve convocada pelos sindicatos e movimentos sociais.
Os manifestantes no sábado se dirigiram ao norte de Bogotá, no bairro de Cedritos onde Iván Duque reside. A tropa de choque tentou impedir o protesto com gás lacrimogênio, contudo a multidão avançou sobre a polícia. O confronto deixou 89 policiais feridos sem informações da quantidade de vítimas civis. Várias denúncias de abusos da polícia e desrespeitos aos direitos dos cidadãos estão sendo veiculadas no país.
As autoridades usam a pandemia como justificativa e apelo para que as pessoas não se aglomerem nas manifestações uma vez que a Colômbia tem mais de 90% dos leitos ocupados pela pandemia, porém a população aderiu massivamente ao chamamento para a greve e para os protestos .
A política de exclusão dos mais pobres na vacinação também é um dos fatores de revolta da população. Mais de 1 milhão de pessoas ficaram de fora dos planos de imunização.
Na sexta- feira , o presidente anunciou que modificaria o texto do projeto de reforma tributária tentando conseguir o apoio da classe média, mas mesmo assim a população segue com as manifestações e com a greve que no primeiro de maio contou com grande manifestação em todo o país.
Iván Duque, um lacaio do imperialismo norte-americano, diante da determinação do povo Colombiano em não aceitar as imposições dos capitalistas que mais uma vez coloca a conta a ser paga para o trabalhador, anunciou que colocará os militares para reprimir os protestos.
Desde que o presidente ligado aos setores de extrema direita assumiu o governo, centenas de lideranças populares e ex- integrantes das FARC foram assassinados no país. Sucessivamente militantes de esquerda , familiares de militantes estão sendo exterminados pelo governo .
A Colômbia lidera no mundo o número de assassinatos de ativistas sociais no ano de 2020 . O acordo de cessar fogo firmado com as FARC em 2016 favoreceu apenas aos governo de direita que desde então assassinou mais de 200 ex-combatentes, além de camponeses, de indígenas e qualquer um que apoie as causas populares.
O ataque da direita Colombiana representada na figura de Iván Duque não se limita ao povo Colombiano. Duque tem estreitas ligações com os EUA e financia milícias que agem na fronteira com a Venezuela para tentar desestabilizar o governo de Maduro de acordo com as ordens de Washington . Os mercenários financiados por Duque e EUA, tem aterrorizado as populações fronteiriças que fogem para o Brasil e outros países vizinhos para não serem mortos .
Iván Duque é um mercenário à serviço do imperialismo e não vai parar com os ataques tanto à Venezuela quanto ao seu próprio povo para garantir que a burguesia nacional e internacional mantenha seus lucros e não seja prejudicada pela crise capitalista.
A revolta popular na Colômbia é um sinal de que o povo está cansado e aponta par a única saída possível para enfrentar os governos de direita de todos os países. A disposição de avançar sobre a polícia mesmo com a violenta repressão mostra que a população já compreendeu que não há mais o que perder e que está disposta a tudo para garantir sua sobrevivência e de que a única saída é o enfrentamento.
Que o chamamento de greve nacional e de mobilização na Colômbia sirva de exemplo para todos os países da América latina e especialmente aos líderes sindicais do Brasil que insistem em assistir ao povo morrer de fome e de vírus sem a menor vergonha de comemorar o primeiro de maio com os golpistas assassinos de ontem e de hoje.