As constantes confusões criadas pelos membros do governo ilegítimo e pelo próprio Bolsonaro deixam claro o controle dos militares sobre as instituições da república. O último episódio foi protagonizado pelo diplomata Ernesto Araújo, atual ministro das relações exteriores.
O ministro capacho de Donald Trump e seguidor do charlatão que se auto intitula filósofo, Olavo de Carvalho, tomou uma atitude sem a autorização do alto comando militar, o que num regime democrático seria o normal.
Ernesto Araújo assinou um documento que cancela a cooperação militar entre a Venezuela e o Brasil, no dia 4 de janeiro, em uma reunião com os países cujos governos comportam-se como cadelas do imperialismo norte americano, o chamado Grupo de Lima.
Esse grupo foi criado pelo governo Trump com a intenção de isolar a Venezuela na América Latina e favorecer um golpe de estado sobre o atual presidente eleito democraticamente, Nicolas Maduro.
Os militares decidiram que o ministro não deverá mais tomar decisões e assinar documentos antes de serem consultados, ou seja, impuseram uma tutela ao ministério de relações internacionais.
Em acontecimento anterior, tanto o ministro Araújo como o presidente Bolsonaro já haviam tomado uma reprimenda por parte dos militares, a cerca da declaração desastrada que deram sobre permitir a construção de uma base militar norte americana em nosso território.
Embora ninguém duvide que os militares brasileiros, totalmente subservientes às vontades dos EUA, permitam que esses instalem uma base militar em nosso país, a declaração abriu uma crise no governo e demonstrou quem está no controle.
Os militares também já haviam tido uma atitude semelhante quando decidiram voltar atrás nas declarações de campanha de Bolsonaro, confirmadas pelo “chefe” do Itamaraty, sobre mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Segundo informações do jornal da burguesia, Folha de S. Paulo, os militares não demitiram o ministro apenas para não criar mau estar para o governo.
Essa informação deixa claro o nível de controle que os militares exercem sobre o governo Bolsonaro e a conivência da imprensa burguesa com essa aberração.
O alto escalão militar controla, abertamente quatro ministérios (Defesa, Secretaria de Governo, Minas e Energia e Gabinete de Segurança Institucional) e o STF, por meio do “assessor” general da reserva Fernando Azevedo.
Estamos claramente diante de um governo comandado pelos militares, que chegaram a essa posição se alinhando com os setores mais nocivos dos imperialismo norte americano, que impulsionam uma ditadura no Brasil com a intenção aberta de controlarem todas as nossas riquezas naturais e esmagarem a classe trabalhadora, obrigando-a a pagar pela crise do sistema capitalista, através das reformas neoliberais iniciadas no governo golpista de Michel Temer e que estão tendo continuidade no governo Bolsonaro.
Precisamos impulsionar todos os setores da sociedade, dispostos a lutar contra o golpe, a levantar as palavras de ordem de “Liberdade para Lula”, como forma de unificar a luta pela garantia dos nossos direitos políticos e civis e “Fora Bolsonaro” para que possamos pensar em um governo popular e voltado para atender as necessidades da classe trabalhadora.
