Os números diários, nas últimas semanas na Itália, voltaram a crescer como antes, alcançando os patamares que haviam sido superados, mas que, com o relaxamento da quarentena, em 18 de maio, voltaram com a reabertura dos restaurantes, salões de beleza, lojas, igrejas, e o fim da obrigação de ficar em casa.
Hoje já são registrados mais 1.462 novos casos do coronavírus Sars-CoV. Esse é o maior número desde 2 de maio, quando haviam sido contabilizados 1.900 contágios. Além disso, a tendência de alta na curva epidemiológica no país é flagrante pelos 265.409 diagnósticos positivos já confirmados, dados do Ministérios da Saúde.
A tendência de alta na curva epidemiológica também é constatada pela média móvel de novos casos em sete dias: o índice chegou a 1.193 nesta sexta-feira, maior número desde 10 de maio, também com 1.193. Além disso, o país contabiliza 7.281 diagnósticos positivos entre domingo e sexta, 54,7% a mais do que na semana passada inteira (4.707).
Os novos casos e a constância com que aparecem, sendo esta a sexta semana seguida de crescimento, também denunciam a tendência de crescimento. Inclusive, por 3 dias a Itália apresentou mais de 1000 novos casos. Apesar disso, até o momento a alta nos contágios não foi impactada pelo número de mortes, que, até agora, foram registrados nove óbitos, quatro a mais que na última quinta-feira (27), totalizando 35.472 vítimas. O total de pacientes curados chegam a 206.902 e 23.035 casos ativos, maior número desde 18 de junho (23.101).
Por lá, a média diária é inferior a 10 mortes por dia desde 24 de julho, muito por conta da redução da idade média dos contaminados – as pessoas de até 40 anos são o novo vetor da pandemia – e pela melhoria dos tratamentos e das condições do sistema sanitário.
Muito embora seja da Itália a queixa apresentada por profissionais da saúde no Tribunal Penal Internacional (TPI), acusando Bolsonaro de crimes contra a humanidade em suas ações irresponsáveis durante a pandemia, a itália não fica atrás. A pressão da burguesia acabou levando, depois de uma dura crise pelo impacto com a pandemia, à reabertura da economia que deu no que deu: retomada do aumento.
Além disso, políticos como Matteo Salvini, líder de ultradireita e que gostaria de levar para a Itália o modelo bolsonarista ou trumpiano, exemplos que não devem ser seguidos, não passam despercebidos pelo cenário político, tendo, em junho passado, agitado manifestação com algo em torno de 1000 pessoas nas ruas.
A Itália parece não fugir da regra, e que faz com que todos os governos na Europa estejam sob forte influência do imperialismo, em cuja alternativa contra o coronavírus, não vê outra saída a não ser colocar nas costas do trabalhador o peso de ter que se conduzir sem o devido apoio, trabalhando para não deixar parar a economia sem uma assistência digna, numa luta desigual contra o desemprego e a caristia.