Nesse dia 25 de abril, quinta-feira, foi o 74º aniversário da libertação da Itália do regime fascista de Mussolini na Segunda Guerra, feriado nacional na Itália. Como era de se esperar, a esquerda se juntou aos “democratas” alinhados com o governo em uma celebração insossa e que não botava em questão a necessidade atual da luta contra o fascismo, que vem em uma onda de crescimento em países do mundo inteiro, tratando o assunto como se fosse uma questão moral e de consciência.
Além disso, houve também uma manifestação, pequena porém decidida, da extrema-direita italiana, que mostrou apoio aberto a Mussolini. Apesar de ser muito inferior numericamente ao outro ato, ela procurou se mostrar “independente” do governo, ao contrário da manifestação de “tiozinho” à qual a esquerda se juntou.
As celebrações também dividiram o governo italiano, que é fruto de uma aliança entre o Movimento Cinco Estrelas, partido fundado por um comediante chamado Beppe Grillo e que participou dos atos, e pela Liga, partido abertamente fascista, que não apareceu, fugindo do povo italiano. Os dirigentes da Liga, ao serem questionados sobre a comemoração, responderam: “Isso daí não nos interessa”. Seu principal líder, Matteo Salvini, ministro do Interior italiano e considerado homem forte do governo, está na Sicília supostamente combatendo a máfia, que segundo ele é a verdadeira luta do povo italiano. Essa divisão, porém, é apenas aparente, porque o Movimento Cinco Estrelas do presidente Sergio Mattarella, está aliado com a Liga e, portanto, aliado com o fascismo no governo.
A esquerda deve se posicionar de forma independente e com um projeto próprio no que diz respeito à questão do fascismo. Alinhar-se com um governo que está lado a lado com os fascistas apenas enfraquece a sua posição diante do povo e faz com que se perca o apoio popular. É importante se colocar totalmente contra o governo de extrema-direita e dar uma perspectiva de luta para a população.