A crise da saúde está chegando a níveis sem precedentes na Itália. Com cerca de 900 mortos por dia causado pela doença do Covid-19, beirando a totalidade de 11 mil mortos, a população do país vive um dos períodos mais tristes de toda sua história. Além da doença em si, a população tem de lidar com a falta de alimentos e produtos básicos para sua sobrevivência, bem como com o desemprego e a falta de dinheiro.
A crise, que já vinha se desenvolvendo em todo o planeta antes mesmo da pandemia, está levando a população a se organizar para saquear supermercados para não morrer de fome. A situação que vinha se desenvolvendo de maneira individual, com roubos de produtos em frente aos supermercados, agora gira em torno de saques mais organizados, inclusive com chamamentos para um grande saque nacional no próximo dia 03 de abril.
Como era de se esperar, o governo trata a população que está passando fome como criminosa, dizendo que os saques são fruto da máfia italiana e pedindo para que as pessoas denunciem para a polícia indivíduos que estejam se organizando ou que tenham participado de algum saque.
No entanto, o que chama a atenção é a opção adotada por de setores ditos de esquerda dentro do país. Matteo Renzi, ex-primeiro-ministro do Partido Democrático Italiano (PDI, antigo Partido Comunista Italiano) e fundador do partido neoliberal Itália Viva, se uniu em uma frente com os fascistas da Liga, partido liderado por Matteo Salvini, para pedir que a renda de cidadania não seja ampliada, mas sim, que o país deve reabrir em abril.
Segundo Renzi, o estado não deve ampliar o benefício de cidadania para o povo que morre de fome pois terá de pagar mais para frente de qualquer maneira, porém, o estado deve financiar as empresas para que elas não quebrem. Ou seja, o povo pode morrer de fome, o problema é o empresário rico não ganhar mais dinheiro.