Greves espontâneas estão acontecendo em diversas fábricas da Itália ante a ameaça do coronavírus. Maior vítima do vírus, a Itália já soma pelo menos 1.226 mortes e outras milhares de pessoas afetadas. Diversas medidas de contenção da pandemia foram tomadas, desde a suspensão de aulas, eventos até regulação da própria circulação dos cidadãos em sua cidade e no país.
Porém, o governo não adentrou nas fábricas e coube ao patrão decidir se continuam o trabalho ou se fecham por um período, mas como o lucro está acima da saúde e do bem estar nacional, as fábricas em geral continuam funcionando. Os capitalista impõem ao operário grave risco a sua saúde e a da população em geral, sobretudo nas empresas de grande contingente de operários.
É uma contradição flagrante da política governamental, o controle estrito do cidadão no âmbito privado como medida protetiva a propagação do vírus e a total isenção no âmbito da iniciativa privada, que deve decidir entre expor o trabalhador ao risco e garantir o lucro ou proteger o trabalhador sem lucro, a escolha das empresas capitalistas é evidente.
Ante essa isenção governamental, os trabalhadores tiveram de impor-se com paralisações para exigir um plano de segurança a sua saúde. O Setor metalúrgico da indústria daquele país entrou em confronto com os patrões.
O líder nacional do Fiom-Cgil,um das maiores federações metalúrgicas do país, Francesca Re David disse ao jornal La Repubblica: “O governo diz-nos: ‘eu fico em casa’. E regula tudo, até se e quando podemos passear com cão. Tudo bem, pode ser. Mas nós exigimos que o governo regule também como é que se deve estar nos locais de trabalho, porque os operários não são cidadãos 24 horas menos 8”.
E completou: fecha-se tudo menos às fábricas, é como se a saúde dos trabalhadores viesse depois do lucro”. As greves colocaram o governo em alarme, o Primeiro-ministro da Itália realizou reunião com sindicatos para discutir a questão, reunião da qual ainda não notícia.
Fica duas importantes lições, inclusive para o caso brasileiro, os capitalistas e o Estado nacional não vacilaram um segundo em colocar os trabalhadores em risco para manter seus lucros, de outro lado a defesa do povo só poderá vir da sua própria organização e luta e nunca jamais das instituições do regime capitalista.