Sergio Mattarella, presidente da Itália, reconduziu Giuseppe Conte ao cargo de primeiro-ministro nessa quinta-feira (29).
Agora, o país poderá formar um novo governo, dominado pela coalizão do Movimento 5 Estrelas com o Partido Democrático.
Conte havia renunciado à sua posição de primeiro-ministro em resposta a uma moção de desconfiança proposta por Matteo Salvini, ministro do Interior e líder do partido de extrema-direita Liga. Assim, Salvini buscava a realização de novas eleições, para fazer com que a Liga governasse sozinha, sem necessitar do Movimento 5 Estrelas, que participava de sua coalizão e há meses trabalhava para boicotar as atividades do governo – cujo homem forte era Salvini.
Com isso, o M5S e o Partido Democrático, que já vinham trabalhando juntos, na prática (mesmo um sendo parte do governo e o outro a principal agremiação opositora), agora estão oficialmente unidos no governo.
Essa foi uma manobra da burguesia imperialista para derrubar Salvini e a Liga do governo. Representando os interesses de um setor mais fraco da burguesia italiana, eles defendem uma política diversa dos interesses dos banqueiros como, por exemplo, a saída da Itália da União Europeia, ou o alinhamento com o governo nacionalista da Rússia, do presidente Vladimir Putin.
Por isso, sempre houve uma grande campanha, que se radicalizou nas últimas semanas, contra Salvini. A imprensa italiana fez forte propaganda de que a Liga seria financiada pelos russos, mesmo sem apresentar qualquer prova minimamente convincente.
Finalmente, o M5S serviu para a burguesia desestabilizar o governo por dentro, enquanto que o PD tenta salvar o regime capitalista italiano da crise política.
Nos próximos dias, Conte deve se reunir novamente com Mattarella para apresentar a lista de ministros do novo governo e uma proposta de políticas a serem adotadas pela nova coalizão governamental.