No domingo (7), manifestações anti-fascistas e pelo fora Bolsonaro foram impedidas de acontecer na capital do estado do Pará, Belém. A concentração do ato estava marcada para acontecer no Bairro São Brás, mais especificamente no mercado de São Brás no centro da cidade. Ao chegarem os ativistas e militantes de esquerda se depararam com um verdadeiro aparato de guerra organizado pelas policia militar e civil para impedir que os manifestantes pudessem se reunir e manifestar seu repúdio contra a situação catastrófica que toma conta do país.
Além disso, a PM prendeu mais de 100 pessoas, com a desculpa de que estavam cumprindo a lei do decreto emitido pelo governador do Pará, o bolsonarista Helder Barbalho do MDB. Enquanto isso, os apoiadores de Bolsonaro eram simplesmente orientados a voltar para suas casas. Segundo o governador, está proibida a aglomeração com mais de dez pessoas nas ruas da capital, medida que está sendo usada no combate ao coronavírus.
A Secretaria de Estado de Segurança Publica (Segup) informou no final de semana que o Pará estava ocupando a 20ª posição no ranking nacional de isolamento social, a pior já registrada, a média no estado foi de 39%. O que comprova que a medida arbitrária de impor uma quarentena forçada na população não funciona, e serve a interesses para além de combater a pandemia, é uma espécie de controlar a insurreição popular que se acentua diariamente em todo país.
O que a imprensa burguesa chama de “lockdown” é uma verdadeira medida ditatorial e que havia sido implantado nas cidades do Pará com o maior número de mortes e contagio do Covid-19 desde 7 de maio e foi até o dia 25. Nesta segunda feira (8) o estado registrou 56032 casos confirmados e 3772 óbitos. Lembrando que estes são os números oficiais, e que como já vem sendo denunciado são sub notificados e que os casos de coronavírus provavelmente são muito maiores em praticamente todo o país.
O que é engraçado nessa situação é que mesmo diante do aumento significativo de contagio e mortes pelo coronavírus no Pará, o governador atendendo o interesse dos capitalistas e organizando o genocídio do povo pobre e preto, anunciou no dia 29 de maio um plano de retomada da economia nas atividades comerciais nas regiões metropolitanas do estado. Em Belém, Marajó e a região do Araguaia já poderia abrir os shoppings centers, igrejas, salões de beleza, e até o comércio varejista, provando o quanto Helder Barbalho está “preocupado” com as aglomerações nas cidades do estado.
É interessante que a medida “lockdown” que a esquerda pequeno burguesa acredita ser uma das melhores formas de conter a propagação do coronavírus, não combate efetivamente o vírus, mas o que prevalece é o aumento da repressão do estado contra a população. As pessoas que tem que trabalhar vão continuar trabalhando, é só comprovarem, e continuar circulando pelas ruas, pois são forçados a saírem de suas casas para alimentar os lucros dos patrões e conseguir sobreviver em meio a pandemia.
No entanto, uma vez esse tipo de medida é adotada, o direito de ir e vir é extinto e se tem praticamente um estado de sítio. O poder executivo do estado passa a adotar o decreto e aplica-lo quando bem entender. No caso de domingo (7) nas manifestações contra os governos direitistas, a situação pandêmica e a crise econômica, o bosonarista Helder Barbalho alegando crise sanitária impôs sobre os manifestantes um verdadeiro cenário de ditadura e levou 112 jovens para a prisão. O lockdown que a “esquerda” tanto defende é isso daí, é reprimir o povo. A esquerda jamais pode apoiar e pedir medidas repressivas, pois elas sempre se voltam e são usadas contra o próprio povo.