No regime capitalista cada trabalhador tem a única função de servir à exploração da burguesia. Quando o Estado oferece algum mínimo benefício ao trabalhador, esta mesma burguesia faz o dinheiro circular novamente para seu próprio bolso das formas mais cruéis.
Em exemplo recente da criatividade dos patrões para roubar a qualquer custo, uma auditoria do SUS, realizada a pedido do Governo do Estado do Mato Grosso, constatou que pacientes no Hospital Regional de Cáceres (230 km da Capital) foram submetidos à quimioterapia e a procedimentos cirúrgicos de oncologia sem terem câncer.
A auditoria detalha que no Hospital Regional de Cáceres, de 2012 a 2017, 1.615 pacientes passaram pelas cirurgias oncológicas. Desses, 895 procedimentos (55,4%) foram feitos irregularmente.
A falta de quaisquer escrúpulos para capitalizar sobre a destruição da vida das pessoas não é uma característica individual de um ou outro elemento da burguesia, mas uma necessidade do sistema que premia o acúmulo e relega à marginalização a maior parte das pessoas.
Fato da mesma natureza se observou na ruptura da barragem de Brumadinho, cujas prováveis perdas humanas já estavam devidamente calculadas nos documentos internos da Vale. Todas a pessoas que morreram soterradas naquele evento trágico são para o capital elementos variáveis de uma planilha.