Em um vídeo que circula pela internet um jovem negro é agredido por um policial militar que o revista. Sem reagir, o jovem leva socos e chutes, além de ter seu celular levado pelo policial. O acontecimento teria ocorrido em Paripe, bairro de Salvador (BA), no domingo, 02/02. No vídeo, é possível ouvir o PM dizendo: “e essa desgraça de cabelo aqui?”, “Você é trabalhador é?” (em tom sarcástico).
A covardia da polícia militar com a população pobre é fato e o acontecimento é apenas mais uma demonstração da verdadeira essência dessa milícia fascista, criada no início do século XIX para manutenção da oligarquia no Brasil. O problema da “segurança pública” tratada a partir de incrementação da polícia é fundamentalmente um estímulo para o genocídio e opressão da população pobre e negra, sendo cinismo e/ou oportunismo de qualquer partido que se julgue de esquerda sustentar essa posição.
O próprio Governador do Estado da Bahia, Rui Costa (PT), um elemento da ala de direita do partido, há muito já demonstrou seu caráter conservador e oportunista, desprovido de qualquer compromisso com a política da esquerda. Apoiou o “pacote anti-crime” de Moro, aprovou a reforma da previdência em seu estado, liberando verbas para parlamentares comparecerem a sessão extraordinária. Na ocasião chegou a convocar o batalhão do choque quando servidores públicos se revoltaram contra a medida, em um verdadeiro estilo bolsonarista de agir.
Nas próximas eleições para prefeito, convocará mais uma vez a polícia militar, dessa vez como candidata a prefeitura de Salvador. Denice Santiago, major da polícia militar, será apoiada por Rui Costa para as eleições de outubro deste ano. Sob o pretexto demagógico de ser mulher, negra e comandar ações relativas a lei Maria da Penha, existem veículos que sugerem que o eleitorado de esquerda deveria votar na major devido a esses pretextos.
Numa posição de emparelhamento com o governo Bolsonaro, setores da esquerda caem na demagogia destes supostos argumentos. Independentemente das características individuais, a PM continua sendo uma ferramenta de extermínio, o mesmo paradigma de sua criação, tendo níveis altos de assassinatos cometidos a cada ano.
A violência deve ser tratada a partir da melhora das condições de vida da população, não do aumento das forças repressivas. Dessa forma, é imperativa a luta pela dissolução da PM.