A sanha perversa do governo de Israel contra o povo palestino, mesmo em plena pandemia, é mais um exemplo de como o conflito israelo-palestino não tem perspectiva de terminar. Com vistas grossas da ONU e dos países imperialistas, sobretudo seu maior aliado, EUA, Israel demoliu pela centésima octogésima segunda vez a aldeia palestina Al-Araqib, que fica localizada no deserto de Negrev e está sob ocupação israelense desde 1948.
Segundo a agencia de notícias Ma´na, as forças israelenses entraram na aldeia Al-Araquib com tratores e esteiras. Destruíram casa e deixaram famílias desabrigadas. O povo oprimido da aldeia, sem ter para onde ir, afirmou que voltará às suas terras e reerguerá suas casas. O povo palestino segue resistindo e sendo contra o plano de ocupação violento dos israelenses, que pretende expulsar esses povos e se apossar indevidamente de suas terras.
O caso da Aldeia Al-Araqib é um típico caso de como são feitas as políticas imperialistas. Al-Araqib é uma vila da Al-Turi, tribo beduína.
Israel se apossou dessa área após sua vitória na guerra de 1948 contra os árabes, que foram desalojados desse deserto. Havia nessa área cerca de 100 mil pessoas, sendo que 90% foram expulsos pelos israelenses. Sempre metralhando e queimando tendas, Israel forçou a ida desses povos para Gaza e Cisjordânia. Alguns desses refugiados persistiram em retornar para suas terras e lutam até hoje pelo reconhecimento e direito de aí permanecerem, mas os israelenses não aceitam reconhecer a posse e já praticaram centenas de demolições.
As famílias beduínas de Al-Araqib, para provar seus direitos sobre os 4.600 acres do deserto, alegam terem pago impostos para o Império Otomano e, após o fim da Primeira Guerra Mundial, também aos britânicos, que ficaram com a partilha dessa região e também explorou a população.
Após a Segunda Guerra Mundial, Israel, com apoio das potências imperialistas, forçaram esses povos a se mudar para a fronteira da Cisjordânia, em 1951. Sempre que tentavam retornar esses povos eram expulsos de forma violenta, como agora em 2021. As autoridades israelenses criaram uma falsa desculpa para se apossar dessas terras, quando dizem que os palestinos a abandonaram em 1950, além de não possuírem escrituras, pois os otomanos não haviam entregue a propriedade. Uma típica desculpa imperialista para continuar praticando injustiça e se apossando das terras dos povos tradicionais.
É preciso denunciar a violência israelense e a omissão da ONU, que poderia ser mais ativa e conter essas explorações, mas as potências imperialistas se infiltram nesses órgãos, que ficam passivos diante dos ataques.