Nos dias 02 e 03 de fevereiro, com 60 veículos e centenas de soldados, o Exército Israelense realizou, no sul da Cisjordânia, treinamentos militares. A atividade contrariou promessa feita pelo Exército aos palestinos da área, Masafer Yatta, cujas safras e cisternas foram prejudicadas devido à invasão de suas terras pelos israelenses. A ação surpreendeu os moradores, pois a última vez que os israelenses fizeram esse tipo de invasão foi há sete anos, em 2003.
Segundo Issa Younes, que reside na aldeia Jinba, em depoimento ao Jornal Haaretz, retransmitida pelo site br.sputiniknews.com,
“As crianças e minha mãe idosa estavam com muito medo. Parecia um terremoto contínuo[…]. Por medo, minha mãe queria entrar em uma caverna residencial [referência às cavernas na área que as pessoas converteram em casas], mas é perigoso porque a caverna pode desabar com o tremor […]. Então saímos para o frio. Ninguém dormiu naquela noite em Jinba”.
No dia seguinte, quarta-feira, 03 de fevereiro, o Exército não se deu por satisfeito e entrou numa vila e permaneceu por três horas causando danos a toda comunidade. Os moradores de Masafer Yatta temem mais prejuízos aos seus campos, sistema hidráulico e plantações, alertando dos prejuízos aos israelenses, cujo chefe das Forças de Defesa de Israel diz ter proibido a implantação de veículos nos campos agrícolas e nos locais de tráfego. Porém, a mídia local diz que várias propriedades privadas nas aldeias de Jinba, Markaz, Tawamin, Bir al-Eid e Atariya foram invadidas e tiveram prejuízos em suas plantações.
A ação imperialista dos israelenses se dar no sul da Cisjordânia. A Cisjordânia, um território contestado com uma área de 5.640 m², entre Israel e Jordânia, com 85% de seus recursos hídricos controlados por Israel, tem em seu território a Jerusalém Oriental, cidade considerada pelos palestinos como a capital do seu Estado, mas ainda sob domínio de Israel.
Essa ação invasiva é mais um tipo de atividade imperialista e violenta do Exército Israelense nas aldeias palestinas. O Diário Causa Operária já vem denunciando corriqueiramente essas agressões aos povos palestinos, que não têm nenhuma proteção da ONU e demais órgãos internacionais. Um povo sofrido, cujos dois terços de sua população vivem com 2 dólares por dia, segundo dados da Agência Canadense de Desenvolvimento.
É preciso denunciar o ataque de Israel e que o povo palestino continue denunciando e resistindo a essas agressões, a fim de que possa estabelecer e fazer reconhecer o seu direito legal de ter um Estado, assim como gerir todos os seus recursos naturais sem a interferência dos israelenses e dos demais países imperialistas.