Segundo o portal israelense i24NEWS, Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, teria começado uma movimentação política-diplomática para criar uma espécie de “OTAN do Oriente Médio” para conter o Irã. Formada por Israel, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Barein, a congregação de países vem negociando entre si para o estabelecimento de uma aliança, supostamente defensiva, em face de uma, também suposta, “crescente ameaça iraniana”.
As relações diplomáticas entre Israel e Irã nem sempre foram de hostilidade, muito pelo contrário. Durante a era Pahlavi (1925-1979) os dois países comungavam de uma sólida aliança política, tornando-se hostis somente após a Revolução Islâmica (1979). Desde então, o governo iraniano considera Israel uma “entidade sionista” e seu governo um “regime sionista/ocupante de Jerusalém”. Por outro lado, Israel considera que o Programa Nuclear Iraniano é perigoso, bem como sua crescente influência em países como a Síria e o Iraque, visto que o Irã passou a adotar uma política externa completamente pró-palestina. Por exemplo, em dezembro de 2000, o Aiatolá Ali Khamenei, líder do Irã, referiu-se a Israel como um “tumor cancerígeno” que deveria ser removido a todo custo e que, como criação artificial que é, não sobreviveria por muito tempo. Posteriormente, em 2005, ele enfatizou que “a Palestina pertence aos palestinos, e o destino dela também deve ser determinado pelo povo palestino”, ideais que vão de encontro com a própria existência do “Estado” de Israel.
Estas relatadas negociações Israelenses para o estabelecimento deste novo acordo militar internacional surgem justamente no momento em que a nova administração dos EUA, através de Joe Biden, envia sinais a Teerã, capital da República Islâmica do Irã, de que pretende regressar ao acordo nuclear iraniano de 2015, também conhecido como Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês). Já o embaixador de Israel na ONU (Organização das Nações Unidas), Gilad Erdan, defende que apenas sanções econômicas e uma potente investida militar seriam capazes de parar o programa militar iraniano, sendo a diplomacia inútil neste caso.
Mas quem realmente está por trás deste embate diplomático? Em setembro de 2020 os chamados Acordos de Abraão foram assinados pelos Emirados Árabes Unidos e o Barein. Este acordo tinha como intuito normalizar as relações destes países com Israel, e foi mediado por ninguém mais, ninguém menos que os Estados Unidos da América (EUA). É fato que o imperialismo americano vê em Israel um preposto, como se o país fosse uma base avançada criada (por eles mesmos) para exercer a influência do imperialismo no Oriente Médio. Esta “Nova OTAN” não é nada mais, nada menos, que uma aliança de capachos. Não obstante, não deixa de ser também uma iniciativa extremamente perigosa que mostra como Israel é um “Estado” criminoso que usa de sua posição estratégica em relação ao imperialismo americano para atacar um Estado soberano.
Israel, ao fazer as vontades dos EUA e sob a benção do “pacifista” Joe Biden, mostra que existe e existirá, como “Estado”, somente enquanto fizer as vontades da política imperialista, que sobreviverá tão somente enquanto servir de ponto de apoio e chancelar as ações imperialistas, que visam roubar as riquezas e o petróleo dos países árabes e que garantem o controle político e militar dos EUA na região. Por isso é necessário exigir fora imperialismo do Oriente Médio!