De acordo com o portal americano The Wall Street Journal, desde o final de 2019, Israel teria alvejado pelo menos uma dúzia de navios de carga que se dirigiam à Síria. A maioria das embarcações estariam carregando petróleo iraniano e os ataques teriam acontecido tendo em vista as preocupações de Israel com a utilização dos lucros do minério, supostamente porque seriam utilizados para financiar o extremismo no Oriente Médio. Israel, segundo o jornal, tem utilizado minas navais para atacar os navios iranianos ou quaisquer tipos de embarcações que transportem cargas oriundas do Irã e naveguem pelo Mar Vermelho em direção à Síria.
Segundo consta no depoimento de um funcionário do governo americano citado pelo artigo, parte dos ataques teria como objetivo dissuadir os esforços iranianos em movimentar outras cargas na região como, por exemplo, armas. Os ataques não resultaram em naufrágios, entretanto ao menos dois navios teriam sido obrigados a retornar aos seus portos de origem no Irã. No começo de março, a ministra de Proteção Ambiental Gila Gamliel, de Israel, disse que o Irã estava trazendo deliberadamente “terrorismo ambiental” contra Israel. Um navio que passava perto da costa israelense provocou um vazamento de petróleo bruto que atingiu boa parte da costa do Mediterrâneo. A ministra disse, também, que, após uma investigação de duas semanas as autoridades israelitas estabeleceram que o navio que teria vazado petróleo bruto era propriedade de uma empresa da Líbia e navegava do Irã para a Síria.
É fato que Israel, sob o argumento de estar somente retaliando ataques sofridos, ataca e saqueia sistematicamente seus países vizinhos. São vários os relatos: não muito tempo atrás, Camila Abu Jamal, professora do Departamento de História da Universidade de Damasco, denunciou os saques, por parte do Estado, de várias antiguidades do Golan sírio ocupado. A professora afirmou que tais ações criminosas seriam uma tentativa de Israel de distorcer o patrimônio cultural árabe. No dia 11/09/2020 a defesa antiaérea da Síria teve de ser ativada, nas proximidades de Aleppo, sua capital, para combater agressões aéreas atribuídas a Israel. Desde o início do conflito na Síria em 2011, Israel já realizou centenas de ataques contra as forças do país e seus aliados, como o Irã.
Também no começo deste ano, o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu, teria começado uma movimentação política à mando dos interesses do imperialismo norte-americano, afim de formar uma espécie de “OTAN” no Oriente Médio. Neste projeto militar figuram como membros Israel, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Barein. Todos com o objetivo de supostamente formar uma aliança “defensiva” contra a “crescente ameaça iraniana”. Esta ameaça, por si só, é tão somente uma maneira que os Estados Unidos da América encontraram de justificar um novo meio de exercer sua influência na região. Israel e seus posicionamentos políticos e diplomáticos mostra cada vez mais que sua existência se justifica apenas enquanto for um “Estado-satélite” dos norte-americanos sob a proteção da Organização das Nações Unidas (ONU).