Armênia e Azerbaijão, mediados pela Rússia, formalizaram acordo de paz para pôr fim a décadas de combates pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, na fronteira dos dois países. A Rússia vai enviar 1.960 militares, 90 tanques e 380 veículos para a região para garantir o cumprimento do acordo. Putin disse que cada parte vai manter as posições que ocupam atualmente. O presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram o documento que foi festejado no Arzebaijão e protestado na Armênia, já que manteve os territórios recuperados pelo Azerbaijão e contra a resistência da Armênia.
O conflito entre Armênia e Azerbaijão sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh já contava com a atenção de espectadores interessados na região e na parceria com ambos os países. Se de um lado se coloca Israel, o imperialismo norte-americano, e o novo parceiro Emirados Árabes Unidos (EAU), de outro estão Irã, Rússia e Turquia; o que já vinha sendo traduzido em uma guerra no Cáucaso, indiretamente envolvendo interesses russos e norte-americanos.
Com o petróleo bastante valorizado entre 2010/2015, o Azerbaijão investiu em equipamentos militares, sendo seu principal fornecedor a Rússia, mas também estabeleceu relações com Israel, que acabou sendo, depois da Rússia, o segundo maior fornecedor de armamento militar. O Azerbaijão instituiu laços com Israel logo após a independência pós-Guerra Fria, em 1991. Está entre um punhado de países de maioria islâmica que possui relações com Tel Aviv.
Assim como a Rússia, embora reconheça a ocupação das terras pelo Arzeibajão, fornece arma para ambos os lados, favorecendo a Armênia na luta contra terceiros. O imperialismo norte-americano, ao lado de Israel tenta implementar a mesma estratégia.
Desde o século 14, a importância econômico da região atraiu interesse de fora, de quem estava de olho no controle dos vales, das águas e das raras passagens entre as montanhas, rotas do comércio entre a Ásia e a Europa. Atualmente a região é marcada pelos oleodutos que atravessam o Cáucaso, e que estabelece uma ponte entre as reservas de petróleo e gás no Azerbaijão e Cazaquistão a Moscou e aos portos da Europa, o que faz da região uma área estratégica de grande importância para a Rússia, e mais ainda pelos imperialismo norte-americano.
O cenário do conflito é uma região basicamente de montanhas na Ásia Central, e está colocada entre os mares Negro e Cáspio. Tendo de um lado da cadeia de montanhas a civilização eslavo-ortodoxa, populações de origem russa, e do outro, a islâmica, composta por mais de 20 povos, as montanhosa se colocam como a linha divisória entre esses dois mundos. O Azerbaijão fica ao sul (Transcaucásia) junto com a Geórgia e a Armênia, e compõem as Repúblicas do Cáucaso, como ficaram conhecidas. Na Ciscaucásia, ao norte, está a Federação Russa composta por oito repúblicas e regiões autônomas que integram, incluindo a República da Chechênia, a Inguchétia e o Daguestão.
Anexado ao Azerbaijão por Stalin, Nagorno Karabach é um território majoritariamente povoado por armênios.
Uma guerra estoura entre azerbaijanos e armênios com a queda da URSS, deixando 30.000 mortos. Um cessar-fogo em 1994 consagra a criação de fato de uma república autoproclamada sob controle armênio.
A Rússia mantém boas relações com Yerevan e Baku, mas nunca pôde impor uma paz duradoura, e alguns suspeitam que Moscou, que arma os dois lados, mantém as tensões para melhorar sua influência.
O conflito já era marcado por incessantes combates com muitos mortos e denúncias de torturas e bombas de fragmentação despejadas sobre as cidades. Enquanto o Arzebaijão recebeu reforço da Rússia, a Armênia era e é influenciada pelos EUA, cuja aproximação data da dissolução da União Soviética em 1991, e que também a incluia.