Neste último domingo (1º) milhares de iraquianos saíram de suas casas, reunindo-se em frente ao escritório do primeiro-ministro, no centro da capital de Bagdá, para protestar contra o governo fantoche dos Estados Unidos, de acordo com a agencia de informações Anadolu.
A crise mundial do capitalismo se manifesta de diversas formas. Como nas ruas, criticando as políticas neoliberais do governo, onde a população se colocou contra a decisão de suspender a contratação para o setor público neste ano. Também exigindo emendas a essa medida de ataque principalmente aos mais jovens. Segundo o manifestante Al-Yasiri, ”o governo deveria lançar programas de trabalho para absorver a juventude desempregada no país, ao contrário de suspender contratações”.
Ele denuncia que “milhares de formandos universitários ficaram em choque com a decisão do governo de não fornecer oportunidades de trabalho, conforme o orçamento de 2021”. Enquanto outro manifestante, Ayat Jamil, declarou: “Oferecer emprego a quem está se graduando nas universidades é dever do estado e já nem estamos preocupados com o péssimo planejamento e a má gestão que trouxeram o país a este momento”.
Mesmo com a taxa de desemprego no país sendo estimada em 13,8%, mas chegando a 27% entre jovens adultos. O governo iraquiano não se pronunciou sobre as demandas dos protestos até agora, mas foi relatado que para a imprensa capitalista, em situações anteriores à manifestação, que a crise financeira e a queda de recursos devido a pandemia do coronavírus são os motivos principais das medidas de austeridade para gastos públicos.
Nesse mesmo sentido, o próprio Parlamento iraquiano vem debatendo seu orçamento há mais de um mês, dada a pressão política que a eleição do candidato do imperialismo, Joe Biden, nos Estados Unidos, trará de influência ao país. O Iraque começou a ser destruído em 2003, quando foi bombardeado e invadido pelo imperialismo, sobretudo o norte-americano, a mando do governo de George W. Bush (Partido Republicano).
Biden na época, articulou por “baixo dos panos” os acordos principais, dado que era senador e presidente da Comissão de Assuntos Exteriores, e votou a favor da resolução que autorizou a Guerra do Iraque, em 2002. Foi responsável direto pelos dinheiro do Estado empregado na famosa ”Guerra ao terror”, pós 11 de setembro e portanto, também pelo bombardeio do País. Essas medidas e recursos também foram utilizados para invadir outros países do Oriente médio como Afeganistão, Síria, Líbia, causando milhões de mortos e um rastro de violência e pobreza no caminho.
A operação de rapina e pilhagem do País foi continuada de forma tão ou mais agressiva durante o governo de Barack Obama (Partido Democrata), a partir de 2009, que tinha Biden como seu vice-presidente e principal articulador.
Finalmente, o passado dos atuais governantes do imperialismo norte-americano também não é segredo para a população, que foi às ruas neste domingo. Este é um dos fatores pelos quais a crise se aprofunda, num momento que a destruição da economia do País e a crise mundial do capitalismo leva toda a região ao colapso, a tendência a uma enorme radicalização é inevitável.