Mais um capítulo na investida das potências ocidentais imperialistas contra a República Islâmica do Irã está em curso. O país persa do Oriente Médio vem exercendo, já há alguns anos, o seu direito legítimo e irrenunciável de desenvolver seu programa nuclear, afirmando sua soberania frente às ameaças dos inimigos, em particular dos Estados Unidos e do enclave imperialista na região, o terrorista e ameaçador estado de Israel.
Os países que pressionam o Irã a pôr fim ao seu programa nuclear são justamente aqueles que já dominam a tecnologia atômica e que a utilizam para o desenvolvimento de armas nucleares, com o claro propósito de manter os povos indefesos subjugados e ameaçados pelo poderio bélico. Vale destacar que os governos imperialistas que exigem do Irã a renúncia ao seu programa de enriquecimento de urânio, não fazem as mesmas exigências à Israel. O estado sionista mantém um programa secreto de armas letais que nunca foi fiscalizado por nenhum organismo internacional, em especial pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a mesma que elabora relatórios inverídicos contra o programa nuclear iraniano.
São por essas e outras razões de natureza estratégica e de segurança que o Irá emitiu nota no sábado, dia 30 de janeiro, comunicando, através do seu Ministério das Relações Exteriores, que a República Islâmica não está disposta a estabelecer novas negociações com as potências mundiais, naquilo que diz respeito ao seu programa nuclear. A postura de Teerã é uma resposta às palavras do presidente francês, o direitista Emmanuel Macron, quando declarou que “qualquer nova negociação deveria incluir a Arábia Saudita”, a monarquia reacionária dos reis e príncipes da região, inimiga da soberania dos povos que lutam contra a opressão imperialista.
“O acordo nuclear é um pacto internacional multilateral ratificado pela Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que não é negociável, e as partes dele são claras e imutáveis”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh (Reuters, 30/1).
Durante a administração Trump, os Estados Unidos se retiraram do pacto. As potências mundiais passaram então a acusar o Irã de violar os limites da atividade de enriquecimento do urânio, numa clara ingerência nos assuntos internos de uma nação soberana e independente. Já o democrata Joe Biden, recentemente empossado, já declarou que “voltará ao acordo, mas somente depois que Teerã retomar o cumprimento integral dos termos” (idem, 30/1).
O que fica claro em mais este episódio envolvendo o imperialismo e uma nação oprimida é que somente as grandes potências têm permissão para deter armamento e desenvolver programas de tecnologia avançada, seja nuclear ou convencional. A afirmação da soberania dos povos oprimidos em defesa da sua independência e autodeterminação, passa, necessariamente, pela derrota do imperialismo em todas as frentes de luta, política, militar, econômica e diplomática.