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Nova mentira

Irã, o Iraque de Joe Biden?

Secretário de Estado norteamericano insinua que Irã desenvolverá armas nucleares em breve. Regime iraniano nega.

O “novo” governo dos Estados Unidos, sob liderança do nada moderado Joe Biden, parece estar disposto a levar em frente uma guerra contra o Irã. Desta vez, o secretário de estado, Antony Blinken, em entrevista à NBC News, disse que o país do Golfo Pérsico estaria próximo de produzir armas nucleares. Segundo ele, se o Irã continuasse a ignorar as restrições impostas pelo acordo nuclear firmado em 2015.

Em contrapartida, o ministro de relações exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif rejeitou as acusações do norteamericano, em entrevista à maior produtora de fake news do mundo, CNN. Zarif foi categórico ao afirmar que se o Irã realmente quisesse ter armas nucleares, já o teria feito a bastante tempo atrás.

É impossível não reconhecer as semelhanças entre o que está a ocorrer no Irã agora e o que se passou no Iraque. A retórica utilizada é a mesma, sem tirar nem por.

Deve ficar claro que não foi o Irã que saiu do tratado, mas o governo de Donald Trump que o fez, unilateralmente, em 2018. Fica óbvio que a fala de Blinken é completamente contraditória. Se o intuito real fosse apenas impedir a proliferação de armas nucleares pelo Irã, o caminho lógico seria de uma aproximação diplomática, como a reentrada dos Estados Unidos no acordo previamente firmado. Todavia, isto não está a ocorrer.

O principal general de Israel, Aviv Kohavi, afirmou, há poucos dias, que seria um erro os Estados Unidos voltarem ao acordo com o Irã. Segundo ele, isto implicaria em dificuldades operacionais. Sem sombra de dúvidas, o exército de Israel parece estar se preparando para uma guerra em larga escala contra o Irã e um acordo nuclear, seja o de 2015, quanto um mais novo, impediria o conflito durante algum tempo.

Mais um Senhor da Guerra

Como dito incontáveis vezes neste Diário, o governo Biden não será, de modo algum, um governo de paz e prosperidade, pelo contrário, o mundo deve se preparar para um dos mais agressivos governos americanos do último período. Diferente de Trump, que não passava de uma criança mimada brincando de ser presidente, Joe Biden é um verdadeiro “fazedor de guerras” ao estilo de diversos outros presidentes americanos, tanto do Partido Democrata quanto do Partido Republicano.

O passado de Joe Biden já deixa bem claro que ele não é nenhum “bom velhinho”. Pelo contrário, Joe Biden teve sua carreira como legislador e vice-presidente marcada por intervenções militares no mundo todo, desde a destruição da Iugoslávia, passando pelo Plano Colômbia, apoio à presença inglesa nas Ilhas Malvinas e culminando nas guerras-sem-fim no Iraque e no Afeganistão.

Inimigo da paz

Apesar da propaganda imperialista recente colocar Donald Trump como uma criatura vil e asquerosa (não deixa de ser), fica claro que Joe Biden não é coisa alguma mais “civilizado” que Trump. Mesmo antes de assumir, Biden já deu indícios de que não retirará as tropas americanas do Afeganistão, como pactuado no acordo de Doja, firmado em 2020 entre a administração Trump e o Talibã. A organização inimiga dos Estados Unidos afirma que a tensão na região aumentará se os americanos não cumprirem sua parte no acordo.

Biden sabe que um retorno do Talibã ao poder no Afeganistão significa mais um estado inimigo na região, além de significar o fracasso completo e total de uma bilionária campanha que já dura 20 anos.

Trump também ordenou a retirada de tropas norteamericanas da Somália, que ocorreu no mês passado. O Comando dos Estados Unidos da América para África (AFRICOM), agora, durante a administração Joe Biden, parece que também não cumprirá o acordo e manterá as tropas na Somália.

Como uma nem duas vezes basta, Biden também estuda anular o decreto de Trump que estabelecia a retirada de tropas americanas da Alemanha. Fica claro que Biden foi posto como presidente dos Estados Unidos para dar manutenção à política de policiamento e repressão mundial.

Liderança mundial”

Joe Biden já tinha deixado bem claro, em artigo Why America Must Lead Again (Por que a América deve liderar de novo) seu à revista Foreign Affairs, que o “papel” dos Estados Unidos seria “liderar” novamente. Isto significa claramente em um aprofundamento da política de financiamento de golpes de estado e intervenções militares no mundo todo.

No artigo, Biden começa afirmando que a influência mundial dos Estados Unidos diminuiu desde o fim do governo Obama, em outras palavras, diz que o governo Trump não é, nem perto, tão beligerante quanto seu antecessor.

Sob a demagogia direitista de recuperar a “democracia”, Biden fala sobre fortalecer a democracia interna do país e as relações dos Estados Unidos com seus aliados. Isto significa, sem sombra de dúvida, a perseguição a opositores políticos, sejam de que lado do espectro político estiverem, além de investir em intervenções militares e na política interna dos demais países, sob a justificativa de levar “liberdade”.

No aspecto econômico, Biden mostra que fará de tudo para acabar com as barreiras ao comércio, ou seja, na prática, iniciará uma sequência infindável de golpes e subornos para garantir que produtos americanos dominem os mercados dos demais países. Ao que parece, pretende pagar alguns benefícios à classe média americana com o dinheiro que subtrair dos demais países.

Sobre a China Biden propõe uma aliança econômica dos países “livres” para combater supostas práticas injustas cometidas pelos chineses. Trata-se de unir o imperialismo para combater a China com todas as armas disponíveis.

Fica claro, pela data da publicação, que o artigo é uma “carta de intenções” voltada à camada superior da burguesia. O texto é cheio de demagogia, como acabar com as guerras-sem-fim e retirar as tropas do Oriente Médio, além de terminar a ajuda militar à Arábia Saudita na guerra contra o Iêmen. Entretanto, o que Joe Biden e sua equipe fazem é manter as guerras, custem o que custar.

Iraque, a mentira

 

Para entender a situação que se passa em relação ao Irã, é necessário entender o que ocorreu no Iraque. Na ocasião, Joe Biden votou junto ao governo de George W. Bush para o uso de forças militares contra o país persa sob a falsa justificativa de que Saddam Russein estaria desenvolvendo armas de destruição em massa. Em entrevista, o atual presidente dos Estados Unidos afirmou claramente que tinha dúvidas se o Iraque tinha ou não armas de destruição em massa, mas que, mesmo assim, votou a favor da intervenção militar.

Antony Blinken, o mesmo que falou que o Irã poderá ter armamento nuclear em breve, afirmou que Obama disse que ninguém conhecia o Iraque melhor que Joe Biden. Talvez, por isso, a administração Obama tenha mantido a intervenção em solo estrangeiro.

Joe Biden chegou a propor, até, a desmembrar o Iraque em três partes, entregando cada uma a uma etnia (curdos, xiitas e sunitas). Apesar do tempo ter avançado, Biden segue a mesma cartilha que utilizou na Iugoslávia.

O que esperar para o Irã?

A “nova” administração norteamericana seguirá o que já vem sendo feito pelo seu aparelho burocrático de inteligência e militar. Novas provocações ao Irã continuarão sendo feitas, como ocorreu nos assassinatos do general Suleimani e do físico-nuclear Fakizadeh.

Em paralelo, será feita uma agressiva campanha de propaganda contra o Irã. Serão feitas acusações desde que o Irã está desenvolvendo armas nucleares até que está promovendo massacres a minorias. Tudo para tentar enfraquecer o regime iraniano internamente e externamente.

No fim das contas, Biden e seus aliados farão de tudo para tomar o controle do país persa, que é, de longe, o mais desenvolvido economicamente do Golfo Pérsico. Tomando controle do petróleo iraniano, fica óbvio que os Estados Unidos esperam se posicionar de maneira a golpear Rússia e China, os dois principais adversários do imperialismo atualmente.

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